A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou o posicionamento de governadores de partidos de direita que, segundo ela, promovem a divisão política e contribuem para o discurso de intervenção militar dos Estados Unidos na América Latina. A crítica da ministra veio após sete governadores anunciarem a criação do Consórcio da Paz para combater o crime organizado.
De acordo coma a Agência Brasil, Gleisi defendeu que os governadores deveriam se unir ao governo federal na proposição de soluções que fortaleçam a segurança pública, como a PEC da Segurança Pública apresentada pelo presidente Lula ao Congresso.
A ministra usou suas redes sociais para atacar a aliança. “Ao invés de somar forças no combate ao crime organizado, como propõe a PEC da Segurança enviada pelo presidente Lula ao Congresso, os governadores da direita, vocalizados por Ronaldo Caiado, investem na divisão política e querem colocar o Brasil no radar do intervencionismo militar de Donald Trump na América Latina”, disse a ministra.
Ela comparou o grupo ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está morando nos EUA e é acusado de fomentar sanções comerciais e a aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras. “Não conseguem esconder seu desejo de entregar o país ao estrangeiro, do mesmo jeito que Eduardo Bolsonaro e sua família de traidores da pátria fizeram com as tarifas e a Magnitsky”, disse.
Consórcio da Paz e críticas à PEC
Sete governadores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste — incluindo Jorginho Mello (SC), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO) — criaram o Consórcio da Paz para trocar informações de inteligência e prestar apoio financeiro e policial no combate ao crime. O encontro ocorreu no Rio de Janeiro, com o governador Claudio Castro.
Durante a reunião, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, elogiou a recente operação policial no Rio. “As forças de segurança do Rio de Janeiro fizeram, no meu entender, uma operação que vai fazer parte da segurança pública no Brasil“, disse. A operação, considerada a mais letal do país, resultou na morte de 121 pessoas, mas não capturou o alvo principal, o chefe do Comando Vermelho, Doca.
A PEC da Segurança Pública (PEC 18), defendida por Gleisi, tem sido criticada pelos governadores que a consideram uma tentativa de retirar sua autonomia sobre as polícias estaduais. “Único objetivo do governo federal é tirar dos governadores as diretrizes gerais da segurança pública, que é um determinação que a Constituição de 88 nos deu. Querem transferir nossa autonomia e transformar em diretriz geral do Ministério da Justiça. É intervenção direta nas polícias dos estados”, afirmou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.












