Guerra sem fim (Escrita em 08.01.2009)
Mais uma vez acontece uma guerra entre judeus e palestinos. Na verdade, o ataque desencadeado por Israel à Faixa de Gaza (2009) é mais específico contra o grupo islâmico (fanático) Hamas. Nas guerras, como nos conflitos amorosos, a primeira coisa que desaparece é a verdade. Em que pese eu repudiar guerras, não posso negar que me fascinam. Gosto de estudar as causas, povos envolvidos, territórios e consequências.
Sem me estender, pois enveredar pelos labirintos da história aqui é impossível, pelo pouco espaço. Fico na análise resumida das guerras entre judeus e palestinos. Os hebreus entraram na Palestina (1.200 a.C.), comandados por Josué, quando destruíram Jericó e outras cidades. Ainda que não queiram reconhecer, judeus, árabes e palestinos são povos de uma origem só.
A história narra que a civilização humana começou no Oriente Médio, na região denominada “Fértil Crescente”, onde se tem conhecimento do primeiro povo organizado; os Sumérios. Gradativamente a população da região foi aumentando, pelo acréscimo de tribos que chegavam. Cada tribo representava uma etnia, conjunto de características que identifica um grupo, com relativa homogeneidade cultural e linguística e com história e origem comuns. Dentre esses grupos, um que se destacou foi o Hebreu (Judeu), o qual se transformou numa Nação e, finalmente, em 1948, num Estado organizado.
A Palestina nunca existiu como um estado organizado. É apenas um nome dado a um território que se chamava Canaã, onde habitavam os filisteus. Denominaram, então, “palestinos” os habitantes daquele território. Os judeus ocuparam aquela região por períodos alternados. Em 609 a.C. foram levados como escravos para a Babilônia. Depois sofrerem a expulsão, em 70 d.C. pelo Império Romano, e se dispersaram pelo mundo. Com o holocausto de 6.000.000 de judeus pelos alemães, na II Guerra Mundial (1939/45), a comunidade internacional (ONU) se sensibilizou e decidiu colocá-los dentro da Palestina, que estava sob ocupação inglesa através de mandato. Aconteceu então a “partilha da Palestina” entre os judeus e os próprios palestinos.
Quando os judeus assumiram parte da região (1948) fundaram de imediato o “Estado de Israel”. Os palestinos também deveriam ter feito o mesmo, mas não o fizeram, porque eram muito desunidos. Nas várias guerras que Israel enfrentou com palestinos, árabes e egípcios acabou conquistando mais terras, as quais não mais pretende devolver. Agora, sob pretexto de exterminar o grupo Hamas, quer tomar mais a “Faixa de Gaza”. Já os palestinos querem extinguir o Estado de Israel. Some-se a tudo isso o fanatismo religioso e temos, então, uma guerra sem fim.