102.9 FM
102.9 FM
DestaquesHEMOSC promove conscientização durante o Dia Mundial da Hemofilia

HEMOSC promove conscientização durante o Dia Mundial da Hemofilia

A FAHECE e o HEMOSC estão conseguindo reduzir o número de pessoas com hemofilia

A hemofilia é uma doença genética que se manifesta por disfunções na coagulação do sangue. Em Santa Catarina, a estimativa é que existam mil hemofílicos. Nesta segunda-feira, 17 de abril, é o Dia Mundial da Hemofilia, que tem o objetivo de alertar sobre as questões que envolvem o tratamento e o dia a dia das pessoas com a doença.

Para marcar a data, o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (HEMOSC)/ FAHECE, em parceria com a Associação dos Hemofílicos do Estado de Santa Catarina (AHESC), promove uma série de atividades, que incluem almoço especial para os pacientes, atividades recreativas para crianças e palestras informativas. “É um dia muito especial para o HEMOSC. Atender aos hemofílicos está na nossa missão, buscamos fazer com muita qualidade, segurança e carinho”, declara a diretora-Geral do HEMOSC, Patrícia Carsten.

Evolução do tratamento

A qualidade e a expectativa de vida dos pacientes hemofílicos evoluíram na última década com o avanço da tecnologia disponível. Até o início dos anos 2000, a população hemofílica estava sujeita a infecções (principalmente pelo HIV e hepatites), ocasionadas pelas transfusões de sangue, usadas como tratamento. Atualmente o sangue está muito mais seguro para todos, mas os hemofílicos não usam mais hemocomponentes para sua doença, e sim medicamentos conhecidos como hemoderivados. De acordo com o médico hematologista do HEMOSC, Sávio Ferreira, o uso do fator como profilaxia (uso regular para evitar episódios de sangramento) modificou o cenário para a pessoa com hemofilia. “Com a profilaxia, os sangramentos são controlados, e as consequências articulares, que eram uma das principais causas de perda de qualidade de vida, foram reduzidas”, afirma.

Carlos José Peres é hemofílico e está há mais tempo em tratamento no HEMOSC. Ele acompanhou e passou por todas as fases da evolução do tratamento, com melhorias na expectativa de vida. Carlos atua incansavelmente pelos hemofílicos e faz parte da Presidência da Associação dos Hemofílicos do Estado de Santa Catarina (AHESC).

O tratamento atualmente é feito com os pacientes ainda na infância, como ocorre com o filho de 3 anos da Magda Audrey Pamplona, que ainda reforça a importância de trabalhar o lado psicológico na criança e na família durante o tratamento. Os fatores de coagulação são aplicados em casa, a partir de treinamento, e tudo é custeado pelo SUS. Em Santa Catarina, o HEMOSC é responsável pelo atendimento. “As pessoas com hemofilia conseguem hoje ter uma vida muito próxima do normal, exercendo sua cidadania e função social, com lazer, atividades físicas e estudo”, comenta Sávio Ferreira.

Projeto de próteses garante qualidade de vida

A FAHECE e o HEMOSC estão conseguindo reduzir o número de pessoas com hemofilia acometidas de Artropatia Hemofílica – Hemartroses (sangramentos articulares) e hematomas musculares, decorrentes da hemofilia, que há anos aguardavam por próteses e órteses ortopédicas. Essa é uma das complicações que mais prejudicavam as pessoas com hemofilia antes do início da profilaxia com fator.

A compra dos materiais foi possível com a destinação de cerca de R$ 400 mil pelo MPT-SC e o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOP), beneficiando 14 pessoas até agora. Foram realizadas quatro cirurgias de quadris e 16 de joelhos, já que alguns precisaram próteses em mais de uma articulação. A próxima cirurgia está marcada para o dia 30 de junho deste ano.

A Artropatia Hemofílica decorre de sangramentos repetitivos e levam à degeneração articular progressiva com a perda de movimentação e atrofia muscular principalmente dos quadris, joelhos, cotovelos e tornozelos. Os problemas enfrentados pelos pacientes resultam em dores, desconforto, até a impossibilidade de locomoção.

As pessoas já operadas ou que aguardam na fila para a colocação das próteses são avaliadas criteriosamente por uma equipe multidisciplinar do HEMOSC, nas sete unidades, distribuídos nas cidades de Florianópolis (hemocentro coordenador), Joinville, Blumenau, Criciúma, Lages, Joaçaba e Chapecó. As equipes são formadas por médicos especialistas em hematologia, pediatria, ortopedia e radiologia, há também na equipe profissionais da odontologia, fisioterapia, enfermagem, psicologia, farmácia e serviço social. Nos hemocentros os doentes são atendidos durante intercorrências hemorrágicas e em consultas de rotina para avaliação clínica e laboratorial. Os pacientes identificados com algum sinal de Artropatia, são submetidos a exames de imagens e depois encaminhados aos especialistas na capital do estado.

Robô tira dúvidas sobre hemofilia

Entre as ações previstas, está a participação de um robô que responde perguntas e tira dúvidas sobre a hemofilia. O robô Roche tem como objetivo popularizar informações sobre a doença, qualidade de vida dos portadores e importância de seguir as recomendações médicas. O fato de ele interagir, conversando com o usuário, permite que os conteúdos sejam fixados de uma maneira divertida. Ele estará nesta segunda-feira, 17, interagindo com os pacientes no Hemocentro Coordenador, em Florianópolis.

Sobre a Hemofilia

Hemofilia é uma doença genético-hereditária que se caracteriza por desordem no mecanismo de coagulação do sangue e manifesta-se quase exclusivamente no sexo masculino. A mutação que causa a hemofilia localiza-se no cromossoma X. Em geral, as mulheres não desenvolvem a doença, mas são portadoras.

Existem dois tipos de hemofilia: a hemofilia A, que ocorre por deficiência do fator VIII de coagulação do sangue e a hemofilia B, por deficiência do fator IX.

A doença pode ser classificada, ainda, segundo a quantidade do fator deficitário, em três categorias: grave (fator menor do que 1%), moderada (de 1% a 5%) e leve, acima de 5%. Neste caso, às vezes, a enfermidade passa despercebida até a idade adulta.

Em Santa Catarina, a estimativa é que a população de hemofílicos e outras coagulopatias seja de mil pessoas.

O tratamento da hemofilia é um dos mais caros do SUS.

Sintomas

Nos quadros graves e moderados, os sangramentos repetem-se espontaneamente. Em geral, são hemorragias intramusculares e intra-articulares que, primeiro, desgastam as cartilagens e depois provocam lesões ósseas. Os principais sintomas são dor forte, aumento da temperatura e restrição de movimento. As articulações mais comprometidas costumam ser joelhos, tornozelos e cotovelos.

Os episódios de sangramento podem ocorrer logo no primeiro ano de vida do paciente sob a forma de equimoses (manchas roxas), que se tornam mais evidentes quando a criança começa a andar e a cair. No entanto, quando acometem a musculatura das costas, não costumam exteriorizar-se.

Nos quadros leves, o sangramento ocorre em situações como cirurgias, extração de dentes e traumas.

Tratamento

O tratamento da hemofilia consiste, basicamente, na reposição do fator anti-hemofílico. Paciente com hemofilia A recebe a molécula do fator VIII, e com hemofilia B, a molécula do fator IX. Os hemocentros distribuem gratuitamente essa medicação que é fornecida pelo Ministério da Saúde.

Quanto mais precoce for o início do tratamento, menores serão as sequelas deixadas pelos sangramentos. O paciente e seus cuidadores devem ser treinados para fazer a aplicação do fator em casa.

Recomendações

– os pais devem procurar assistência médica se o filho apresentar sangramentos frequentes e desproporcionais ao tamanho do trauma;

– manchas roxas que aparecem no bebê, quando bate nas grades do berço, podem ser um sinal de alerta para diagnóstico da hemofilia;

– os pais precisam ser orientados para saber como lidar com o filho hemofílico e devem estimular a criança a crescer normalmente;

– a prática regular de exercícios que fortaleçam a musculatura é fundamental para os hemofílicos. No entanto, esportes como judô, rúgbi e futebol são desaconselhados;

– episódios de sangramento devem receber tratamento o mais depressa possível para evitar as sequelas musculares e articulares. Para tanto, o paciente deve procurar atendimento em centros de referências em hemofilia para conhecer e receber a terapia mais indicada para cada caso.

“Quanto mais se divulgar sobre a doença mais fácil será a identificação dos novos casos e com conhecimento todos que convivem com hemofílicos podem ajuda-los a ter uma vida com qualidade”, finaliza a diretora-Geral do HEMOSC, Patrícia Carsten.

Relacionados

spot_img
spot_img

Últimas Notícias

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade, e ao continuar navegando, você concorda com estas condições. Para rejeitar, clique em Personalizar Cookies e desmarque as opções desejadas.