Em nota, o Imas (Instituto Maria Schmitt), entidade gestora do hospital, informou que está colaborando com a operação
O Hospital Regional de Araranguá foi um dos alvos da operação Nosokomeio, da Polícia Federal, na quarta-feira (23). A ação cumpre 17 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo.
Segundo a PF, objetivo é combater o desvio de recursos públicos por parte de estabelecimentos médicos, cooperativas e empresas prestadoras de serviços médicos, escritório de contabilidade e órgãos públicos.
Em nota, o Imas (Instituto Maria Schmitt), entidade gestora do hospital, informou que está colaborando com a operação e que colocou à disposição todos os documentos solicitados.
“Vale destacar que essa documentação já havia sido entregue desde o ano passado, como resposta a esse mesmo processo promovido pela Secretaria de Estado da Saúde”, reforçou na nota.
O Instituto também destacou que, na época, os apontamentos foram dirimidos e confrontados, bem como apresentados à SES, que, por obrigação, também noticiou o fato à Polícia Federal.
Por fim, o Imas afirmou que sempre prezou pela transparência e lisura nas ações e acredita que esse procedimento investigativo é normal, tendo em vista que a entidade administra dezenas de unidades de saúde no país. Ressaltou ainda que nenhuma outra unidade foi alvo da PF.
Entenda a operação
A operação cumpre 17 mandados de busca e apreensão e outras determinações judiciais expedidos pela 1ª Vara Federal de Criciúma, em endereços localizados nos municípios de Araranguá, Timbé do Sul e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, bem como nas cidades de Londrina, no Paraná, e na capital do Espírito Santo, Vitória.
Segundo a PF, a operação conta com o apoio da CGU (Controladoria-Geral da União) em Santa Catarina e do Ministério Público Federal e faz parte de um inquérito policial, instaurado em setembro de 2020, no qual investiga a destinação de produtos médicos, hospitalares e odontológicos a uma unidade hospitalar, cuja gestão era efetuada por uma organização social.
Em relatório de auditoria, realizado pela CGU, que fiscalizou várias unidades, foram constatadas, por exemplo, irregularidades administrativas, bem como incongruências nas documentações apresentadas para justificar gastos com os pagamentos de serviços médicos subcontratados a entidades supostamente relacionadas aos próprios membros e gestores da organização social.
Conforme o documento, entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2022, as contratações podem ter causado prejuízos ao erário superiores a R$ 4 milhões.
A PF informou que esta fase da investigação busca esclarecer a real extensão dos danos causados, trazer novos elementos de convicção, aprofundar o envolvimento dos investigados, bem como identificar a eventual participação de servidores públicos no esquema.
No caso de comprovação de fraude, os investigados poderão responder pelas práticas dos crimes de organização criminosa, peculato, além de fraude, cujas penas cumuladas podem chegar a 28 anos de prisão.
G1 SC