Em um cenário global marcado por incertezas e guerras tarifárias, a indústria brasileira enfrenta o desafio de competir em mercados mais tecnológicos e conectados. Durante o Seminário de Economia Internacional realizado na Federação das Indústrias de SC (FIESC) nesta quinta-feira (11), Julio Damião, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-MG), alertou que a China está se tornando ainda mais competitiva e sugeriu que as empresas avaliem seriamente parcerias com o país asiático.
“Não devemos esquecer dos Estados Unidos, é um mercado enorme. Mas minha recomendação é que vocês almocem nos EUA e jantem na China”, metaforizou Damião.
Segundo o especialista, alianças estratégicas com a China são cruciais devido aos investimentos massivos do país em tecnologia, automação e inteligência artificial. Ele citou o exemplo das grandes fabricantes automotivas globais, que precisaram se aliar para enfrentar a produtividade chinesa.
Conexão Global e Novos Modelos de Negócio
O 1º vice-presidente da FIESC, André Odebrecht, reforçou a vocação internacional do estado: “Precisamos estar mais conectados e presentes, diante dos movimentos geopolíticos”.
Julio Damião também destacou que a qualidade do produto deixou de ser um diferencial para se tornar apenas um pré-requisito. O novo foco deve ser a experiência do cliente e a oferta de serviços agregados. Ele usou o exemplo da Ford, que, mesmo reduzindo a fabricação no Brasil, aumentou seus resultados ao focar em uma plataforma de serviços.
Recomendações para os próximos anos
O especialista listou pontos essenciais para o planejamento estratégico das indústrias:
Foco na Competitividade: Responder constantemente: “O que me deixa mais competitivo?” e “O que me tira competitividade?”.
Atenção à IA: Monitorar o impacto da Inteligência Artificial sobre receitas e custos.
Adaptação: Entender que as decisões do passado não garantirão o sucesso nos próximos três anos.
Risco da Inércia: “Hoje, o maior risco das empresas não é produto ou capacidade financeira, é a inércia diante das mudanças”, concluiu.












