
A sociedade está vivendo um “novo normal”. Dias de medo, angustia, aflição, pânico, distanciamento social, a pandemia trouxe um novo estilo de vida para a população.
Segundo a psicóloga Andriele “muitas pessoas estão sentindo o impacto da pandemia no emocional. É o medo de morrer, de pegar o vírus, passar pra alguém, esse alguém pegar e sua consciência pesar.
É não saber como lidar com a situação diante de um amigo, um colega que pegou, enfim, um misto de sentimentos que tem afligido o coração de muitas pessoas em meio à essa quarentena”.
Nossa equipe conversou com algumas pessoas que venceram a Covid-19 e compartilharam como foi à superação.
Dias complicados
Uma jovem sombriense de 16 anos do bairro Sanga Negra relatou que teve muita dor no corpo, febre e vomito.
“Foram dias complicados, meu emocional ficou muito abalado, é difícil não poder ver quem a gente ama, não poder sair de casa, teve um dia que tive até uma crise de ansiedade e foi muito complicado, eu sentia dores terríveis no corpo, sem coragem de me levantar, os remédios que eu tomava eu vomitava, foi difícil mais graças a Deus passou. Meu conselho é que, quem pegar se trate rápido, para não deixar piorar”.
Mãe e filho
Nossa equipe também conversou com um jovem de 29 anos que teve a experiência de sua mãe testar positivo para covid-19.
“Quando recebi a noticia de que minha mãe estava com o coronavírus eu estava trabalhando, levei um susto, até porque minha mãe é do grupo de risco. Sai do trabalho correndo, fui diretamente para o centro de triagem, liguei para os amigos, colegas, avisei, e então decidi entrar em isolamento.
Ficamos em casa eu e minha mãe, eu fui para um quarto com uma TV, e minha mãe foi para outro quarto também acompanhada de uma televisão, foi difícil só nos dois, mas o amor, o zelo e o cuidado falou mais alto.
Cada um fazia sua própria comida, estávamos em quartos separados e nos falávamos por chamada de vídeo. As vezes eu ia pedir comida no delivery, batia na porta dela e dizia mãe quer tal coisa? E ai eu encomendava, daqui a pouco chegava e cada um comia no seu quarto.
Durante o isolamento, o nosso passa tempo era assistir Netflix, ouvir a rádio 102,9 e as chamadas de vídeo com amigos pelo celular. Minha mãe teve sintomas leves, e graças a Deus se recuperou bem. Meus exames testaram negativo, apesar de eu ter tido alguns sintomas, como dor de cabeça, um pouco de febre, dor no corpo e mal estar. O emocional não tem como não dizer que não se abala, a lição disso tudo é que não podemos brincar, o negocio é sério. E digo para as pessoas, se testarem positivo, tem que se isolar na hora, para não colocar a vida de mais pessoas em risco.
É a empatia, precisamos nos colocar no lugar do outro, cuidar da gente e do próximo.
Um dos pontos positivos de ficar isolado para mim, que vivia uma vida muito corrida foi parar para pensar e refletir. Nesse período me senti muito amado, muita gente me ligando, mandando mensagem, meus amigos iam no mercado pra a gente e levavam as coisas na porta de casa para mim.
Eu usei o isolamento não para desanimar e pensar em desistir, sempre pensei: tenho certeza que Deus não vai tirar minha mãe agora de mim e que isso sirva de lição para todos nós.
O conselho que eu deixo para as pessoas quando descobrirem que alguém na família está, é que mantenham a calma, ninguém está livre, e ninguém tem culpa de passar o vírus para o outro, se tiver os sintomas tem que fazer os testes, tem que expor tudo, não pode omitir nada e é necessário seguir no isolamento.
Não se pode perder as estribeiras, achar que a vida vai acabar. Acredito que nós saímos mais fortes dessa, e se for definir em uma palavra diante de tudo o que passamos é: muito amor, mãe e filho juntos isolados devido a covid-19, mas com muito amor”.
Medo de transmitirUma jovem de 27 anos moradora do bairro Santa Rita de Cassia em Balneário Gaivota também concedeu entrevista à nossa equipe compartilhando a experiência.
“Quando eu recebi a notícia fiquei com muito medo de passar para outras pessoas que tenham uma saúde mais frágil, e que alguma complicação com familiar meu acontecesse. A minha primeira atitude foi ficar em casa, fiquei com muito medo de transmitir o vírus e começou a passar um filme na minha cabeça, comecei a lembrar o que eu fiz nos meus últimos dias.
Os tipos de sintomas que tive foi perda do paladar, comia e não sentia o gosto de absolutamente nada. O meu emocional durante a semana ficou bem abalado, no decorrer dos dias tive crises de choro e tive também sintomas de síndrome de pânico, vários dias eu acordava e achava que ia estar melhor e acordava pior, e foi terrível isso.
Dá muito pânico também quando alguém te liga diz que pegou de você é terrível essa sensação. Pegamos eu e meu esposo e nos seguimos, os dois juntos, com muito amor, um cuidando do outro.
A lição que a covid-19 trouxe para mim foi: As pessoas estão preocupadas com o teu bem estar, mais parece que as pessoas ainda tem pouco medo do que deveriam ter, só quem já passou pela covid-19 sabe como é, as pessoas precisam se cuidar mais. Em meio a essa pandemia, todo o cuidado é pouco, a gente tem que se cuidar mais, as pessoas as vezes não levam tão à sério, mais é uma coisa muito séria”.
Entre as lições que o covid-19 me trouxe foi dar mais valor a família da a gente, e gratidão, a gente tem que acordar todo dia e ser mais grato a Deus, pela vida, pelo emprego que a gente tem, ser mais grato em tudo”.
Vale ressaltar que é necessário seguir com todas as medidas protetivas da organização mundial de saúde: como lavar bem as mãos (dedos, unhas, punho, palma e dorso) com água e sabão, e, de preferência, utilizar toalhas de papel para secá-las.
Além do sabão, higienizar as mãos com álcool gel, que também serve para limpar objetos como telefones, teclados, cadeiras, maçanetas, etc. Para a limpeza doméstica recomenda-se a utilização dos produtos usuais, dando preferência para o uso da água sanitária (em uma solução de uma parte de água sanitária para 9 partes de água) para desinfetar superfícies.
Utilizar lenço descartável para higiene nasal é outra medida de prevenção importante. Deve-se cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Também é necessário evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas.