Isaquias Queiroz, ícone da canoagem velocidade, brilhou mais uma vez nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 ao conquistar a medalha de prata no C1 1000m. Após uma disputa intensa, o brasileiro terminou a prova com o tempo de 3:44:33, apenas 1 segundo atrás do vencedor, o tcheco Martin Fuksa (3:43:16). O moldavo Serghei Tarnovschi completou o pódio com 3:44:68.
Esta é a quinta medalha olímpica de Queiroz, consolidando ainda mais seu status como um dos maiores atletas da canoagem mundial. Com essa conquista, ele iguala Robert Scheidt e Torben Grael em termos de medalhas olímpicas, ficando atrás apenas de Rebeca Andrade, que acumula seis. Além da prata em Paris, Isaquias já possui ouro no C1 1000m em Tóquio 2020, prata no C1 1000m e no C2 500m na Rio 2016, e bronze no C1 200m também em 2016. O sonho de ultrapassar os dois ídolos da vela ainda está em jogo.
“Eu lembrei que meu filho pediu a medalha de ouro. Não consegui trazer o ouro, mas fico feliz de poder entregar essa prata para ele e para todos no Brasil. Agradeço a todos por acreditarem em mim. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) tem sido um grande apoio, e eu queria sair com uma medalha para ajudar o Time Brasil”, declarou Isaquias.
Na sexta-feira, 9 de agosto, Isaquias começou a competição com uma semifinal marcante, onde avançou para a final com a terceira colocação geral e segundo lugar na primeira bateria. A prova foi particularmente desafiadora, com a eliminação do romeno Catalin Chirila, que havia quebrado o recorde olímpico nas eliminatórias.
Refletindo sobre seu desempenho, Isaquias compartilhou suas emoções: “É um alívio e uma grande felicidade. O ano passado foi complicado, tanto para mim quanto para minha esposa. Percebi que ser campeão mundial não significa ser infalível, mas sim enfrentar desafios e superar adversidades. Agora, me sinto mais leve e motivado.”
Na quinta-feira, Isaquias competiu no C2 500m ao lado de Jacky Godmann, mas a dupla terminou na oitava colocação. A desilusão com o C2 apenas fortaleceu sua determinação para a prova individual.
“Nós não conseguimos o pódio nas duplas, o que foi um peso que tirei das costas. Chegar a Paris e conquistar a prata é uma grande conquista. A derrota não nos torna ruins, mas sim nos lembra que nossos adversários foram melhores naquele momento”, concluiu o atleta.
Quem é Isaquias Queiroz: Uma Jornada de Superação e Conquista
Nascido em Ubaitaba, na Bahia, Isaquias Queiroz cresceu em uma família humilde e superou várias adversidades pessoais. Com apenas três anos, sofreu queimaduras graves em um acidente doméstico e, aos 10 anos, passou por uma cirurgia para remoção de um rim após um acidente com uma pedra. Apesar das dificuldades, encontrou na canoagem um caminho para a glória, inspirado pelo pioneiro Jefferson Lacerda.
Participando do projeto Segundo Tempo, Isaquias começou a praticar canoagem e logo se destacou, mostrando ao mundo o talento que o levaria a se tornar um dos maiores atletas da modalidade.
Fonte: Comitê Olímpico do Brasil