O governador Jorginho Mello (SC) participou de um encontro com governadores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste brasileiro no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (30) para debater uma ampla aliança contra o crime organizado. Por sugestão do governador catarinense, ficou definida a criação do “Consórcio da Paz” para integrar os estados no combate à criminalidade.
Jorginho Mello defendeu que os estados precisam de autonomia para lidar com suas realidades locais, e ofereceu o apoio de Santa Catarina ao Rio de Janeiro. “O nosso objetivo é defender cidadão de bem, o pai de família, o mais humilde que tá inseguro, tá com medo. Nós precisamos estar do lado dessas pessoas. Eu vim aqui pra dizer, em nome do povo de Santa Catarina, que eu tenho muita honra de ser governador, que vocês podem contar com a gente para tudo o que precisarem. A nossa polícia é uma das melhores do Brasil e, mais uma vez, está à disposição para ajudar a família brasileira onde quer que ela esteja”, disse o governador.
Cobranças à União e armamento
O governador defendeu que o Governo Federal concentre seus esforços no papel constitucional, como o controle de fronteiras e o financiamento para equipar as forças de segurança.
“A União quer centralizar e igualar a resposta ao crime em um país desigual. Santa Catarina é o Estado mais seguro do país e tem uma realidade diferente, assim como cada Estado. O que precisamos do Governo Federal é um controle de fronteiras reforçado e recursos para equipar nossas forças de segurança”, disse Jorginho Mello.
O governador também criticou a estratégia de desarmamento do cidadão comum: “A realidade no Rio de Janeiro nos mostra que o poder do crime é medido por número de fuzis. Esse armamento não é acessível para o CAC, ele chega por nossas fronteiras”, explicou.
Os governadores se unirão para pressionar por uma legislação mais forte contra facções, incluindo a tipificação de terrorismo e o avanço contra o patrimônio financeiro do crime.
Monitoramento reforçado em Santa Catarina
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-SC) e as forças policiais de Santa Catarina monitoram os desdobramentos da megaoperação no Rio de Janeiro para conter a possível migração de criminosos.
O secretário da SSP-SC, coronel Flávio Graff, afirmou que a situação está sob controle. “Realizamos aqui um trabalho de contenção das facções que tentam adentrar ao Estado, atuando na identificação, no monitoramento e no combate, ação que já resultou em diversas prisões de faccionados, incluindo integrantes do Comando Vermelho, alvo da operação fluminense. A situação em Santa Catarina está sob controle”, destacou.
O delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, reforçou o foco na inteligência para desarticular grupos criminosos. “Nós fazemos constantes operações de inteligência, identificando todas as facções criminosas com atuação em Santa Catarina, identificando lideranças, prendendo e fazendo movimentações para sistemas prisionais mais duros com regime disciplinar diferenciado”, disse. Gabriel frisou que a Polícia Civil atua no bloqueio de patrimônio: “São bilhões de patrimônio bloqueados. Então, a gente desmobiliza grupos criminosos quebrando-os financeiramente”.
Além disso, o gabinete do governador confirmou que o Paraguai classificará oficialmente o PCC e o Comando Vermelho como organizações terroristas, medida que visa intensificar o combate na fronteira.












