No último encontro do Lar do Idoso, a presidente Sandra, conhecida como Neca, e o tesoureiro Chico compartilharam as experiências e os desafios enfrentados pela instituição, que acolhe idosos desde 1933. A reunião destacou a urgência de reformas nas instalações, que estão deterioradas devido à umidade e à escassez de recursos.
Sandra, que se juntou à diretoria em 2020 após a morte de sua mãe, relatou como essa perda a motivou a buscar um trabalho voluntário significativo na comunidade. “Entrei em um grupo de WhatsApp e logo fui convidada a integrar a diretoria”, comentou. Desde então, ela e Chico têm se empenhado para reestruturar a gestão da instituição, que enfrentava sérias dificuldades financeiras.
Chico, que também passou por desafios ao cuidar de seus sogros, entrou para a diretoria após a morte de sua sogra. Ele se uniu a Sandra com o objetivo de estabilizar a situação do lar. “Começamos a agir rapidamente para garantir alimentação e cuidados adequados aos idosos”, afirmou.
Os líderes destacaram que a deterioração das instalações levou ao fechamento temporário do lar. “A estrutura era precária e não atendia às novas exigências da legislação sanitária”, explicou Chico, referindo-se à RDC 502, que aumentou os requisitos para instituições de longa permanência.
A dívida acumulada, que superava R$ 600 mil, foi renegociada em parcelas mensais. Atualmente, a equipe do Lar do Idoso trabalha para quitar essa dívida e adaptar a instituição às novas normas, buscando a classificação como entidade de assistência social para reduzir custos operacionais.
Com uma nova gestão e o apoio da comunidade, Sandra e Chico estão otimistas em relação ao futuro do Lar do Idoso, que abriga até 22 idosos. “Estamos determinados a melhorar as condições do lar e a oferecer um atendimento de qualidade aos nossos idosos”, concluiu Sandra.
As reformas já estão em andamento, com a expectativa de que o lar se torne um espaço mais acolhedor e seguro para todos os residentes. Durante a reunião, Sandra também discutiu a dinâmica de envolvimento familiar e os desafios enfrentados pela instituição, enfatizando que, apesar de alguns idosos contarem com assistência regular, a distância do lar em relação à cidade dificulta a interação familiar.
“Alguns idosos são acolhidos aqui porque não têm família, como o Maneca da Goiaba, uma figura folclórica que viveu nas ruas antes de ser acolhido. A comunidade se mobilizou para garantir sua inclusão”, destacou Sandra. Ela observou que muitos idosos que chegam ao lar enfrentam a fragilidade da estrutura familiar, levando à intervenção social.
A equipe do Lar do Idoso passou por uma reestruturação após uma decisão judicial em julho, que exigiu a realocação de 20 idosos. “Dois decidiram retornar às suas famílias, enquanto os demais foram transferidos para um novo residencial, onde permanecem juntos, o que é benéfico para o convívio”, explicou Adina, colaboradora da instituição.
O novo local, situado no Morro dos Correios, é uma instalação privada que atende aos requisitos necessários para assistência aos idosos. “Apesar da nova localização ser isolada e não oferecer a mesma interação comunitária, estamos comprometidos em fornecer o suporte necessário”, afirmou Sandra.
A administração do Lar do Idoso segue focada em aprimorar as condições de acolhimento, garantindo um ambiente seguro e acolhedor para todos os residentes.