O Litoral Norte do Rio Grande do Sul desponta entre as regiões que mais ampliaram o número de empregos com carteira assinada no Estado nos últimos cinco anos. Entre outubro de 2020 e outubro de 2025, o crescimento foi de 27%, percentual que coloca a região ao lado de Passo Fundo, no Norte gaúcho, como líder na geração de vagas formais no período.
Os dados fazem parte de um estudo do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria Estadual do Planejamento, Governança e Gestão (Seplag), divulgado nesta quinta-feira (18). O levantamento aponta que, apesar da trajetória positiva desde 2020, o ritmo de crescimento do Litoral Norte perdeu força em comparação à média estadual no recorte mais recente.
Entre outubro de 2024 e outubro de 2025, o aumento dos empregos formais na região foi de 1,8%, abaixo do avanço de 2,1% registrado no conjunto do Rio Grande do Sul.
Indicadores do mercado de trabalho
O cenário detalhado do mercado de trabalho está no Boletim de Trabalho do Rio Grande do Sul – 3º trimestre de 2025, que analisa dados da PNAD Contínua e do Novo Caged. No período, a taxa de desocupação no Estado foi estimada em 4,1%, mantendo estabilidade na comparação trimestral e atingindo, na comparação anual, o menor nível da série histórica.
O número de pessoas desocupadas somou 248 mil, representando uma redução de 20,3% em relação ao terceiro trimestre de 2024. Já a taxa combinada de desocupação e subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 6,7%, também o menor patamar já registrado no Estado.
Por outro lado, a desocupação de longo prazo — que considera pessoas em busca de trabalho há dois anos ou mais — alcançou 29,2%, índice 6,9 pontos percentuais acima do observado no mesmo período do ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pelo aumento do número de trabalhadores com maior tempo de procura por emprego.
Perfil dos desocupados e renda
O avanço da desocupação de longo prazo foi mais intenso entre as mulheres e entre pessoas com maior nível de escolaridade. Esse grupo passou a representar 36,1% dos desocupados de longo prazo, após um aumento de 126,8% na comparação interanual.
Em relação aos rendimentos, o rendimento médio mensal real habitual dos trabalhadores ocupados permaneceu em R$ 3.875, mantendo estabilidade frente ao trimestre anterior e apresentando crescimento na comparação anual.
Emprego formal no Estado
No mercado formal, o Rio Grande do Sul criou 60,8 mil vínculos entre outubro de 2024 e outubro de 2025, resultado que corresponde a um crescimento de 2,1%. Com esse desempenho, o Estado ocupou a 25ª posição entre as unidades da Federação no ranking de crescimento relativo do emprego formal.
No acumulado entre outubro de 2020 e outubro de 2025, o mercado formal gaúcho apresentou a menor variação relativa entre os 27 estados brasileiros, segundo o Novo Caged. No mesmo período, a diferença de ritmo em relação ao mercado de trabalho nacional se ampliou, com a relação entre os índices brasileiro e estadual atingindo, em outubro de 2025, o menor nível de toda a série histórica.
