O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (4) que usará a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE) para discutir a movimentação militar dos Estados Unidos na região do Caribe e na costa da Venezuela. O encontro ocorrerá no próximo domingo (9), em Santa Marta, na Colômbia.
Lula disse a agências internacionais de notícias em Belém (PA) que a cúpula só faz sentido se o tema for abordado. Ele lembrou que já se colocou à disposição para ser interlocutor entre os EUA e a Venezuela.
“Só tem sentido a reunião da Celac, neste momento, se a gente for discutir essa questão dos navios de guerra americanos aqui nos mares da América Latina. Tive oportunidade de conversar com o presidente Trump sobre esse assunto, dizendo para ele que a América Latina é uma zona de paz”, disse Lula.
O presidente reforçou que a região não precisa de conflitos militares. “Somos uma zona de paz, não precisamos de guerra aqui. O problema que existe na Venezuela é um problema político que deve ser resolvido na política”, acrescentou.
Tensões no Caribe e agenda diplomática
Segundo informações da Agência Brasil, a cúpula Celac-UE ocorre em um momento de tensão no Caribe, após os Estados Unidos enviarem tropas e navios militares, sob a justificativa de combater rotas de narcotráfico. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, alega que o reforço militar tem como objetivo tirá-lo do poder e visa as reservas de petróleo do país.
O encontro em Santa Marta reunirá líderes dos 27 países da UE e das 33 nações da Celac, com foco na retomada do diálogo birregional e nas negociações do acordo de livre comércio Mercosul-União Europeia. Lula participará apenas do primeiro dia, retornando a Belém para presidir a Cúpula de líderes da COP30 (6 e 7 de novembro), que antecede a conferência principal do clima.












