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Malucha Caetano lança livro : “O Tigrinho Davi: aprendendo a não morder os amiguinhos”

Com ênfase no cuidar e acolher ambas as crianças (a que mordeu e a que foi mordida), incentivando maneiras positivas de abordar o assunto de mordida, sendo este um assunto comum em lares e escolas, a escritora Malucha Caetano lança mais um projeto especial. “O Tigrinho Davi: aprendendo a não morder os amiguinhos”. Uma obra que aborda um assunto tão delicado de maneira positiva, com uma história leve, que poderia ser a história de muitas famílias brasileiras que buscam entender e passar por essa fase do desenvolvimento com assertividade e tranquilidade.

Para a escritora, cada criança é um ser único e com ela cada família também é única, todos à sua maneira passam por todas as fases do desenvolvimento infantil, umas com mais tranquilidade, outras com a necessidade de buscar suportes.

De acordo com Malucha: “Mordida é assunto conhecido em muitos lares e escolas de educação infantil. É uma fase correspondente ao desenvolvimento infantil mais comum entre 2/3 anos de idade, fase esta já descrita por Freud como fase oral do desenvolvimento da personalidade. Nesse período a criança passa a descobrir o mundo por meio da boca, e é por meio da boca que a criança ri, chora, começa se expressar verbalmente (desenvolvimento), prova ou rejeita os alimentos”.

O ato de morder para a criança pode significar muito mais do que uma reação de raiva. Nessa idade a criança ainda não desenvolveu por completo a comunicação verbal, e o ato de morder pode sim ser uma forma de comunicar emoções, frustrações, desejos e até mesmo demonstração de carinho. Com base neste assunto a escritora nos tirou algumas dúvidas e passou algumas orientações. Confira!

Jornal Amorim: Porque as crianças mordem?

Escritora Malucha Caetano: Morder é um tema difícil para os pais, tanto das crianças que mordem como das crianças que são mordidas. Parece ser primitivo, e muitos ainda acreditam que o ato indica vir de uma criança mal educada ou agressiva. O que não é real porque muitas vezes, as crianças mordem quando estão empolgadas ou mesmo felizes. Nesta idade, as crianças agem sem pensar nas consequências. Acredite, quando uma criança morde outra, quem mordeu fica tão surpresa e irritada quanto a que foi mordida. Como ainda não apresentam sua comunicação desenvolvida por completa as crianças utilizem outros meios para se expressar e para se comunicar e a mordida pode ser uma delas sim.

Nessa fase entre dois e três anos, as manifestações corporais são usadas para demonstrar descontentamento, alegria, descobertas, frustrações e emoções.

Podemos citar como exemplo: quando a criança deseja um objeto que está na mão de outro, ela entra em disputa. Como tem urgência em resolver a questão, reage com a parte do corpo que tem mais coordenação, que é a boca, região que usa intensamente desde o nascimento.

Jornal Amorim: Como as crianças aprendem a morder?

Escritora Malucha Caetano: A realidade é que as crianças não nascem sabendo morder, assim como não nascem sabendo dar tapas ou puxar o cabelo. Fato! Esses comportamentos são aprendidos com adultos ou crianças mais velhas do ciclo social da família. E muitas vezes ensinam sem se dar conta de que estão fazendo. O que acontece com muita frequência é de adultos fazerem brincadeiras, dizendo “vou morder você, vou apertar sua bochechinha” ou até mesmo “mordidinhas de brincadeira” com muita festa pela criança. A criança assiste a essas formas de comunicação com alegria e festa e entende como forma de comunicar amor ou outras emoções.

Jornal Amorim:O que fazer quando a criança morde?

Escritora Malucha Caetano: Quando a criança morde outra criança, é importante sempre a mediação de um adulto, para fazer com que ela reflita sobre o que fez e para que este mostre que há outras maneiras de conseguir o que deseja de forma mais assertiva e sem dor. Pode-se dizer, por exemplo: `se você não gostou do que ele fez, vamos dizer isso a ele’, ou `você quer o brinquedo? Sempre orientando que o amiguinho gosta de carinho, beijos e abraços.

É importante pontuar para a criança que isso machuca e que o amiguinho fica triste com o comportamento dele porque sente dor, por isso chora. E falar que `não pode’ calmamente, mas com firmeza. O adulto deve mostrar à criança que a comunicação por meio da fala é a forma certa de se obter as coisas. O papel do adulto vai ser de mediador dessa linguagem.
A mordida é sempre uma situação difícil para os pais de ambas as crianças. Os pais da criança que mordeu sentem-se envergonhados e não em raras vezes culpados e os pais da criança mordida ficam irritados pelo machucado do filho.

Devemos mediar às relações entre as crianças e seus familiares para minimizar os sentimentos negativos e criar situações para estabelecer limites. A criança mordida deve ser acolhida e incentivada a expressar seu descontentamento, porém nunca deve ser incentivada a revidar com mordidas.

Principalmente educadores uma vez que os episódios de mordidas são bem comuns nas escolinhas, devem observar e estar atentos ao que a criança está comunicando com o ato de morder:

– é expressão de raiva?

– é demonstração de carinho?

– é uma forma de chamar e ter atenção?

O livro de Malucha é dedicado à crianças de 1 ano a 5 anos, e a famílias que passam por este problema; além de professores, educadores para que possam desenvolver propostas no intuito de diminuir casos de mordida dentro das salas de aula, com possibilidades lúdicas de trabalho, e para profissionais como psicólogos clínicos, para ser usado em atendimentos infantis dentro do consultório.

A autora Malucha Nunes Caetano Pacheco é Psicóloga (UNISUL). Psicodramatista, psicopedagoga clínica e institucional (IEP/UNIASSELVI). Pós-graduada em Educação Especial Inclusiva (Universidade São Braz). Coach vocacional (Instituto Maurício Sampaio) e KidCoach (ICIJ). Licenciada no Programa Educação Emocional Positiva, atua como facilitadora da Jornada das Emoções, cursos da Disciplina Positiva e Livroterapia. Formação em Conto Expressão (EPsihum – Escuela de Terapia Psicoexpressiva). Educadora parental em Disciplina Positiva certificada pela Positive Discipline Association. Cursa mestrado em Conto Expressão (EPsihum) e especialização em Avaliação Psicológica (Instituto Rhema Educação).

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