Ministério da Saúde diz que vai seguir critérios técnico-científicos
Em audiência na Câmara, pesquisadores e entidades médicas e de enfermagem defenderam, nesta terça-feira (21), a continuidade da vacinação de adolescentes a partir de 12 anos de idade e da aplicação de doses de reforço em idosos e profissionais de saúde. O Ministério da Saúde garantiu que há disponibilidade de vacinas para esses grupos, mas criticou estados e municípios por anteciparem a vacinação de adolescentes e informou que analisa estudos em relação às doses extras. O debate ocorreu na Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19.
Médica e pneumologista, a pesquisadora Margareth Dalcolmo, da Fundação Oswaldo Cruz, fez a defesa mais enfática da vacinação de todos os adolescentes de 12 a 17 anos.
“Nós sabemos que essa faixa etária é responsável por grande mobilidade social e por carregar uma carga viral muito grande para familiares, colegas e sociedade. Portanto, acho que é uma decisão sobre a qual não cabe mais discussão: cabe colocar doses em disponibilidade suficiente para que nós protejamos todos os nossos adolescentes”, disse.
Parlamentares e representantes dos conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde (Conass e Conasems) manifestaram surpresa diante de recente orientação do Ministério da Saúde com restrições à vacinação nessa faixa etária. Segundo o Conass, 1.300 crianças e adolescentes morreram por complicações após contaminação com o novo coronavírus só neste ano.
Reforço
Outro tema debatido foram as doses de reforço para quem já está imunizado, sobretudo diante do cenário de surgimento de novas variantes do coronavírus. Relatora da comissão externa, a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) citou a necessidade de inclusão dos profissionais de saúde no grupo prioritário dessa dose adicional.
“Só entre enfermeiros, técnicos e auxiliares, nós temos mais de 860 óbitos. Somando aos profissionais da área de medicina, temos de 1.600 a 1.700. Sem contar todos os demais trabalhadores, como motoristas de ambulância, recepcionistas, pessoal de limpeza e lavanderia, fisioterapeutas e outros profissionais que estão diretamente envolvidos com a Covid-19. Por isso, a defesa e o pedido [pela dose de reforço] da nossa comissão externa”, disse a deputada.
Idosos e imunossuprimidos
Parlamentares e debatedores também concordaram em ampliar para 60 anos de idade a faixa inicial da dose de reforço de toda a população. Hoje, a orientação do Ministério da Saúde é dar uma dose a mais aos maiores de 70 anos, seis meses após a dose única da Janssen ou a segunda dose de Coronavac, AstraZeneca e Pfizer. Os imunossuprimidos, ou seja, aquelas pessoas com problemas imunológicos, também podem receber o reforço na vacinação.
Fonte: Agência Câmara de Notícias