O Dia Mundial de Luta contra o HIV marca o início do Dezembro Vermelho, mês de conscientização sobre o HIV e a aids. A data, celebrada nesta segunda-feira (1º), ressalta o combate à desinformação, o enfrentamento à discriminação e o reforço dos cuidados com a saúde.
O secretário-geral das Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou para o risco global de retrocesso. Segundo ele, “pela primeira vez em muitos anos, décadas de progresso estão em risco” devido a cortes no financiamento e leis punitivas. Guterres enfatizou: “Acabar com a aids significa empoderar comunidades, investir em prevenção e ampliar o acesso ao tratamento para todas as pessoas.”
Avanços e desafios no Brasil
Segundo a Agência Brasil, o país contabilizou 1.165.599 casos de infecção por HIV desde 1980, com uma média anual de 36 mil novos casos nos últimos cinco anos. Apesar da alta incidência, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, celebrou as conquistas do país por meio do SUS.
“O Brasil tem muita a celebrar hoje com a redução da mortalidade, com a eliminação da transmissão vertical, como problema de saúde pública. Graças ao SUS [Sistema Único de Saúde], graças ao nosso Programa Nacional de Combate à aids,” disse Padilha.
No entanto, o ministro reconheceu o alerta da data para as desigualdades no acesso. “Tem muita coisa para alertar ainda, muito para melhorar, para cuidar das pessoas, no acesso à saúde, no combate ao estigma, na prevenção”, publicou em sua rede social.
Metas globais e o perfil epidemiológico
O Brasil é signatário da meta da OMS de eliminação da aids como problema de saúde pública até 2030 (metas 95-95-95: 95% de diagnóstico, 95% em tratamento e 95% com carga viral suprimida).
O Boletim Epidemiológico – HIV e Aids (2024) do Ministério da Saúde revela dados desafiadores:
Transmissão: A principal via de transmissão permanece sendo a sexual (75,3%).
Óbitos e Raça: Em 2023, 63% dos óbitos por aids ocorreram em pessoas negras (pardas e pretas).
Faixa Etária: A maior concentração de casos está em indivíduos de 25 a 39 anos (com predomínio masculino), e a faixa acima de 60 anos apresentou um aumento de 33,9% no número de casos entre 2015 e 2023.
Gestantes: A taxa de detecção de HIV em gestantes é crescente, atingindo 3,3 casos por mil nascidos vivos em 2023.












