A desigualdade salarial de gênero persiste no mercado de trabalho brasileiro. Em 2023, os homens receberam um salário médio 15,8% maior que o das mulheres, conforme o levantamento Estatísticas do Cadastro Central de Empresas, divulgado nesta quinta-feira (13) pelo IBGE. A remuneração média masculina era de R$ 3.993,26, enquanto a feminina era de R$ 3.449,00, uma diferença mensal de R$ 544,26.
Sob outro ângulo, o salário médio das mulheres correspondia a apenas 86,4% da remuneração dos homens. Apesar da diferença ainda ser alta, o estudo indica uma leve melhora em relação a 2022, quando os homens ganhavam 17% a mais.
Concentração salarial e por setor
Embora as mulheres representem 45,5% dos assalariados, elas recebiam apenas 41,9% da massa salarial total do país, enquanto os homens (54,5% dos assalariados) recebiam 58,1% da renda.
De acordo com a Agência Brasil, o levantamento do IBGE, que consolidou dados de 10 milhões de empresas e organizações (incluindo administração pública), aponta a distribuição por setor:
- Homens: Concentração na indústria de transformação (19,4%) e no comércio (18,8%). A construção tem a maior participação masculina (87,4%).
- Mulheres: Maior presença na administração pública, defesa e seguridade social (19,9%) e no setor de saúde humana e serviços sociais (11,1%), onde representam 75% dos trabalhadores.
Impacto da escolaridade
A escolaridade é um fator decisivo no rendimento. Assalariados com nível superior completo recebiam, em média, R$ 7.489,16 mensais, um valor três vezes maior que o rendimento de quem não tinha nível superior (R$ 2.587,52). A atividade que mais emprega assalariados com ensino superior é a educação (65,5%).












