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Mulheres sofridas| Llantada

Mulheres sofridas

                A convivência duradoura entre um homem e uma mulher está ficando cada dia mais difícil, em função da complexidade da vida moderna, que oferece muitas alternativas, as mais variadas possíveis, inclusive, a de um novo relacionamento. O desgaste afetivo acontece com o decurso do tempo. Assim, cada vez mais, algumas pessoas saem em busca da felicidade pelo caminho da separação.

          Mas a felicidade, como a liberdade, tem preço. E às vezes o preço é tão alto que algumas pessoas não têm como bancá-lo, permanecendo, assim, numa vida de frustrações. Esse fenômeno acontece porque, queiramos ou não, ainda vivemos numa sociedade machista. Ainda é minoria no Brasil as mulheres que conseguem levar uma vida econômica totalmente independente.

       As que têm origem pobre, ou de classe média baixa e que, além disso, não conseguiram uma formação profissional que lhes permitam uma boa renda, vão sobreviver sozinhas de qualquer jeito, mesmo que seja com um salário mínimo. Mas vejamos adiante uma outra realidade. Essas mulheres de origem humilde casam ou vêm a constituir uma união estável, que é a mesma coisa. Depois, vêm os filhos. Daí em diante os casais vão adquirindo bens; constroem uma casa, adquirem um automóvel, móveis, montam uma empresa, enfim, levam uma vida confortável. Enquanto estão juntos, tudo bem. Essa é a vida ideal, que todos querem, em tese, claro.

           A coisa complica quando ocorre desavenças entre o casal. O motivo mais comum é quando o amor acaba. Como se diz na aviação: – Acontece o “desgaste dos metais”. Nesta fase um deles, ou ambos têm uma aventura, um relacionamento amoroso ou apenas sexual, fora do matrimônio. Daí ninguém se esforça para salvar o casamento ou a união estável. Vislumbra-se a separação. Toda separação é traumática, porque mexe muito com o emocional das pessoas, mais traumática, ainda, quando mexe nos “bolsos” delas.

        Normalmente quem administra o patrimônio do casal é o marido. Diante da iminência da separação, alguns homens tomam precauções nem sempre éticas, e até desumanas, procurando, ao máximo, fazer com que os bens do casal passem para nomes de terceiros. Com relação à renda, se ele não é um funcionário que tenha um contracheque onde se possa comprovar seus rendimentos, torna-se difícil ou impossível fazê-lo. Assim, o valor que ele pagará a título de alimentos será o mínimo possível, quase sempre tendo o salário mínimo como parâmetro.

      Diante da terrível ameaça de ficar com poucos bens, uma casa mais modesta ou sem carro, por ter uma pensão alimentícia insignificante, com a consequente falta de conforto, em especial, para os filhos, algumas mulheres desistem da separação, mantendo uma convivência forçada… Sofrida. Alguém poderia criticá-las, dizendo que, agindo assim, perdem a sua dignidade. Mas é bom ponderar que as mulheres, diferentemente dos homens, abrem mão dos seus sonhos e põem a felicidade dos filhos acima da sua própria. Estas, para mim, são divinas.

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