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ColunistasMariana Machado - CuriosidadesNotre-Dame: o passado da catedral mais famosa do mundo

Notre-Dame: o passado da catedral mais famosa do mundo

A joia de Paris possui mais de oito séculos de história. Conheça os principais fatos que marcaram a estrutura

Há seis anos, no dia 15 de abril de 2019, a catedral mais icônica do mundo teve parte de sua estrutura consumida por um incêndio de grandes proporções. Após 15 horas de trabalho ininterrupto, os bombeiros conseguiram controlar as chamas. Mesmo com toda a tecnologia disponível atualmente, o trabalho de reconstrução e restauração de Notre-Dame levou cinco anos para ser concluído – e a catedral foi reaberta apenas no fim de 2024. No entanto, esse monumento com mais de 800 anos de história já sobreviveu a intempéries ainda mais desafiadoras ao longo dos séculos.

Localizada na Île de La Cité, ou Ilha da Cidade em tradução livre, no Rio Sena, a catedral possuía uma outra forma no início do século XI. Maurício de Sully, o bispo responsável pela igreja na época, tinha planos para transformar a edificação, que era bem menor naquele tempo, na maior catedral do mundo. Em “Notre-Dame – A história de uma catedral”, o escritor britânico Ken Follet reúne estudos dos mais diversos historiadores que trazem luz sobre muitos mistérios que cercam o monumento. Com uma beleza inigualável, Notre-Dame – nome em francês que significa “Nossa Senhora”, uma homenagem à Virgem Maria, padroeira da catedral – foi objeto de fascínio para muitos artistas e escritores. O mais conhecido deles, o escritor Victor Hugo, dedicou um número considerável de páginas descrevendo a edificação no seu romance “O Corcunda de Notre-Dame”.

Em 1163, a igreja que existia na Île de La Cité foi derrubada para dar lugar a edificação colossal que conhecemos hoje. O empreendimento era um desejo do bispo Maurício de Sully, que não conseguiu vê-lo concretizado. Isso porque o clérigo faleceu em 1196, antes da conclusão da obra, que ocorreu por volta de 1260. Ao longo dos aproximadamente 100 anos de construção, a catedral recebeu mão de obra de inúmeros lugares (de dentro e fora do país), com homens e mulheres empenhados, mesmo com condições precárias. Os pedreiros, por exemplo, desenhavam seus projetos no piso por não haver outra opção de registro.

Notre-Dame foi ricamente ornamentada no estilo gótico. As rosáceas (vitrais circulares), um dos elementos mais belos da catedral foi uma adição tardia, iniciada nos anos 1240, já as icônicas torres gêmeas ficaram prontas em 1250. Os historiadores estimam que provavelmente a última etapa da construção de igreja tenha sido a fundição dos sinos. Um fato curioso sobre esses aparatos é que cada um deles possui nome. Como Gabriel, Jean-Marie, Marie, Antoinette-Charlotte, Hyacinthe-Jeanne, Denise-David e o maior e mais antigo dos sinos de Notre-Dame, o bourdon Emmanuel.

Revolução Francesa

Durante a Revolução Francesa (1789 – 1799), a catedral sofreu com muitos danos. Os revolucionários rejeitavam todas as religiões e transformaram Notre-Dame em um “Templo da Razão”, onde era venerada a Deusa da Razão, geralmente retratada como a mulher da pintura de Eugène Delacroix, “A Liberdade Guiando o Povo” – a dama com seios à mostra que empunha a bandeira francesa em vermelho, branco e azul. Durante e após a revolução, a igreja também sofreu outros atentados: as esculturas que ornamentavam a catedral foram “decapitadas” e a nave foi utilizada para estocar grãos.

Apenas em 1844 foi iniciada uma restauração da estrutura, pelas mãos do arquiteto francês Eugène Viollet-le-Duc, que conseguiu concruir após duas décadas de trabalho árduo.

Mariana Machado (Jornalismo)

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