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Número de motoristas flagrados no celular ao dirigir dobra nas rodovias federais

Os flagrantes feitos pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) contextualizam o tamanho do problema que se tornou o uso do celular ao volante nas rodovias federais de Santa Catarina.

As autuações aumentam todos os anos e nem no auge da pandemia o número de multas diminuiu. Conforme levantamento realizado a pedido do Grupo ND, entre 2017 e 2021 a PRF registrou um aumento de 116% nas notificações emitidas nas BRs catarinenses. Em 2020, houve recorde dos últimos cinco anos com quase sete mil infrações.

Conforme o chefe do núcleo de comunicação da PRF/SC, a maioria delas foi registrada na BR-101, principalmente no eixo de ligação rodoviária do Estado. “É a nova cachaça porque é viciante, as pessoas não conseguem desgrudar desse aparelhinho”, alerta Adriano Fiamoncini.

Não existe uma estatística oficial de quantos acidentes têm como causa o uso do celular na direção. A própria PRF tem dificuldade de fazer este tipo de relação. “Porque quando a polícia chega ao local do acidente dificilmente o motorista admite que estava ao celular. Ele diz outras coisas, que não lembra de nada do que aconteceu, ‘me deu um branco’, mas a gente sabe que boa parte destes casos foi ocasionada pelo celular, mas não tem como comprovar”, pontua Fiamoncini.

O coordenador do Núcleo de Educação para o Trânsito do Labtrans (Laboratório de Transporte e Logística) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Flavio de Mori, enfatiza alguns estudos onde foram aplicadas metodologias científicas que comprovaram o tamanho do perigo.

“O manuseio do celular na direção aumenta em 400% o risco de acidentes”, afirma. Quando a velocidade é maior, caso das rodovias federais, pegar o celular nas mãos é como colocar uma venda nos olhos. “Uma mensagem curta de celular você demora cinco segundos para digitar. Se você estiver a uma velocidade de 80km/h é como percorrer uma distância entre 100 e 120 metros sem a percepção daquele espaço. E a partir daí você está dirigindo às cegas”, compara Mori.

Segundo Mori a responsabilidade de fazer um bom ou mau uso do aparelho é de todos, seja quem está de carro, moto, bicicleta ou a pé. “Eventualmente estar utilizando o celular, estar de fone, atravessando uma faixa de pedestre e ser atropelado”, salienta.

O aumento nos serviços de entrega, impulsionado pelo período da pandemia, trouxe também um problema quando o assunto é celular e o motofrentista. Márcia Pontes, especialista em trânsito, tem percebido o uso equivocado do aparelho. “Muitos motociclistas estão adaptando o celular na frente ou dentro do capacete”, alerta.

Avanço tecnológico

O celular chegou ao Brasil em 1990 no formato de um aparelho que tempos mais tarde ficaria popularmente conhecido por “tijolão”. Isso por que as primeiras versões eram grandes, pesadas e com recursos limitados a ligações. Com o avanço tecnológico foram implementadas as mensagens de texto via SMS e posteriormente com a internet houve um salto tecnológico para o desenvolvido de equipamentos com maior número de funcionalidades. Os smartphones, geração mais sofisticada do que um dia era somente um celular, se transformaram em verdadeiros computadores.

É possível encurtar distâncias, aumentar as redes de contato, fazer operações bancários em qualquer lugar com acesso a internet. Tudo simples, rápido e com apenas alguns toques na tela do celular.  Só não pode mexer no aparelho enquanto estiver no trânsito. A lei brasileira é clara quanto a isto e proíbe o motorista de manusear o celular na direção. Há uma única exceção, porém com regras.  “O celular é permitido na função de navegação, GPS, desde que esteja em um suporte fixo no automóvel ou na moto”, esclarece Fiamoncini.

Conscientização para crianças e adolescentes

O Núcleo de Educação para o Trânsito do Labtrans da UFSC realiza um trabalho de conscientização voltado para crianças e adolescentes em idade escolar. Desde 2017, os especialistas da universidade desenvolvem atividades que são disponibilizadas de graça na internet por meio do programa Conexão DNIT. São 143 materiais paradidáticos de educação para o trânsito. Um deles o foco é o celular e a direção. A ideia é despertar nos futuros motoristas atitudes mais conscientes e que as informações sejam compartilhadas dentro de casa.

“A gente precisa mudar o comportamento das pessoas. Às vezes você está dirigindo e olha o lado, vê quase todo mundo usando o celular e dirigindo. Isto é uma coisa que a gente tem que ter um conjunto de ações de educação e de fiscalização pra coibir essa prática”, relata Mori, coordenador do núcleo.

No trânsito o celular é um ladrão da atenção e do bolso. O Código de Trânsito brasileiro prevê multa de R$ 293 para quem for flagrado com o celular na direção. A infração é gravíssima com sete pontos na carteira de habilitação. E não adianta esperar o sinal fechar pra dar aquela olhada em uma mensagem ou nas redes sociais porque dá multa do mesmo jeito. “Não existe curtida em rede social, não há mensagem de WhatsApp que não possa esperar um pouco. Se for algo tão urgente a gente recomenda que o motorista pare em um local seguro, em um posto de combustível, no pátio de uma empresa, resolva a sua vida, faça o que tiver que fazer no celular, e depois volte para a estrada concentrado 100% no trânsito”, contextualiza Fiamoncini.

Campanha por um trânsito mais seguro

A campanha SC Não Pode Parar, iniciativa da Fiesc em parceria com o Grupo ND, tem apontado junto aos catarinenses o papel de cada um para tornar o trânsito, principalmente nas rodovias federais, mais seguro. É responsabilidade de todos que se deslocam pelas estradas respeitar as leis e ter empatia pelo próximo.

“Usar o celular na direção é uma infração de trânsito gravíssima e não só por ser gravíssima, mas porque realmente pode causar um acidente. O pedestre também tem sua parcela de responsabilidade, não usar o celular e eventualmente até fone de ouvido ao transitar porque isso tira a atenção e atenção é necessária para se transitar em segurança”, conclui Mori.

CELULAR X DIREÇÃO

Entre 2017 e 2021 houve aumento de 116,36% das autuações nas rodovias federais de Santa Catarina. Veja o número de acidentes nas rodovias federais de SC

2017: 3.061

2018: 3.474

2019: 5.899

2020: 6.978

2021: 6.623

Fonte: Polícia Rodoviária Federal SC

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