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ColunistasOs professores estão esgotados.| Debora Rada

Os professores estão esgotados.| Debora Rada

Tem uma época do ano na educação em que grande parte dos educadores fica doente. Imunidade que baixa, pega gripe, tosse, crise de gastrite, enxaqueca, dá tendinite, bursite, virose, herpes que reaparece. Normalmente é perto do dia das bruxas, final de outubro, início de novembro.

A gente tem essa baixa, remenda os cacos e termina o ano da melhor maneira. E como se terminar o ano nesse esgotamento não fosse o bastante, vem a época de planejamentos para o ano seguinte. O mais comum é encerrar o ano letivo já com o ano que vem esquematizado, livros didáticos definidos, projetos minimamente esboçados, metodologias, objetivos, habilidades e competências a serem trabalhadas definidas.

 

Só que a gente não sabe como vai ser o ano que vem. 2021 é um gigante ponto de interrogação quando falamos de educação, em especial da educação básica. A verdade é que, por mais que tenhamos nos esforçado, feito o possível e o impossível, só quando a pandemia for controlada, só quando todos tiverem acesso regular (não necessariamente presencial) é que vamos poder mensurar as necessidades para o ano que vem.

 

Há sim inúmeras metodologias que permitem que, mesmo remotamente possamos avaliar os conteúdos que foram ou não assimilados pelos estudantes. Mas eles em nada servem para que possamos aferir um dos mais importantes papeis da escola, a socialização. Muito além de conteúdos, a escola ensina o que é viver em comunidade, o que é a diversidade, o que é a inclusão.

 

Esse aprendizado, essas habilidades e essas competências não poderão ser medidas, mas terão que fazer parte do nosso plano para 2021. Seja como for. E para se preparar para isso os educadores tem cada vez mais buscado formação continuada, seja por estudos autodirigidos ou por cursos formais.

 

Cada professor, por conta de tudo isso, vive um momento de batalha interna contra o esgotamento. São obrigações, incertezas e necessidades muito além do nosso controle e da nossa capacidade de gerenciar. Se você convive com um professor seja compreensivo, e se possível, faça um café, um bolo, um carinho. Estamos precisando.

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