Antiga reivindicação dos produtores de maracujá, a Portaria 06/2020, que dispõe sobre o vazio sanitário do maracujazeiro, foi assinada na quinta-feira 12, em Sombrio.
O ato aconteceu durante o Campo Demonstrativo do Maracujazeiro-azedo e contou com o secretário adjunto da Agricultura, Ricardo Mioto, presidente da Comissão de Agricultura, deputado Zé Milton, técnicos da Epagri, Cidasc e agricultores.
Sancionada no início do ano, a Lei de Defesa Sanitária Vegetal tem como objetivo assegurar que não aconteça no sul, a mesma situação do norte do Estado e em São Paulo, em que a virose do endurecimento do fruto quase exterminou a cultura do Maracujá e inviabilizou a produção da fruta em grande parte da área rural.
Relator do projeto e articulador na tramitação e aprovação do projeto, o deputado Zé Milton em sua fala relembrou de todo o processo até a aprovação da Lei. “Trabalhamos redação do projeto debatendo e ouvindo os produtores e os técnicos para que chegássemos nesse momento com uma Lei para fortalecer a agricultura e não burocratizar ainda mais. Esta Lei é mérito de vocês produtores que contribuíram conosco”, destacou Zé Milton, ao argumentar que nos tornamos grandes exportadores de carnes devido aos status conquistados com as questões sanitária, o setor vegetal agora segue o mesmo caminho, uma vez que o status sanitários são e continuarão sendo, por muito tempo, um instrumento para entrar e competir no mercado internacional.
“Estamos com uma Lei de Defesa Sanitária Vegetal muito bem formulada. Como técnico da área posso assegurar que é uma das mais modernas e que, a partir de agora, nossos produtos serão ainda mais valorizados no mercado”, defendeu Mioto.
Santa Catarina é reconhecida por produzir o melhor maracujá do Brasil, título relacionado às características da fruta, como tamanho, formato e preenchimento de polpa. Contudo, nos últimos anos, os pomares catarinenses sofreram com a virose do endurecimento do fruto.
Dados da EPAGRI apontam que os cultivos catarinenses de maracujá têm produtividade de cerca de 20 a 22 toneladas por hectare, maior que a média nacional, que fica entre 12 a 14 toneladas por hectare. Mesmo sem as condições climáticas ideais para produção, Santa Catarina é o terceiro maior produtor de maracujá do Brasil, ficando atrás apenas da Bahia e do Ceará. Os municípios catarinenses de São João do Sul e Sombrio estão entre os dez maiores produtores do País, sendo os únicos da lista fora das regiões Nordeste e Norte.
Tamanha produtividade se deve, entre outros motivos, à forte adesão dos produtores às tecnologias criadas e difundidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária Catarinense.