Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 10% da população possui algum tipo de deficiência. No Brasil, cerca de 45.606.048 milhões de pessoas vivem com a deficiência, isso equivale a 23,9% da população geral, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Uma das deficiências mais recorrentes no Brasil é a motora com 7%.
A constituição prevê a igualdade material entre todos, assim sendo, é de responsabilidade do governo criar condições capazes de fazer com que as pessoas que enfrentam situações desiguais consigam atingir os mesmos objetivos igualmente.
Em entrevista, Deivid Miguel nos contou sua história e sua opinião sobre a acessibilidade na cidade de Sombrio: “Aos 21 anos de idade estava no centro de eventos em Jacinto Machado, fui separar uma briga, não tinha nada a ver comigo aquela situação, naquele momento, mas fui ajudar e acabei alvejado com três tiros. ficando paraplégico. Foram 45 dias no hospital. Após esse período, voltei para casa e comecei a minha reabilitação. Uma das coisas que mais me entristece hoje é o preconceito.”
Questionado sobre a acessibilidade na cidade, ele nos contou: “Em Sombrio, o centro conta com algumas acessos, porém nos bairros é péssimo. As calçadas são desniveladas faltam rampa. Sobre os prédios públicos, a prefeitura é um exemplo, última vez que eu estive lá, não havia acesso para subir. A própria prefeitura que cobra das empresas acessibilidades não tem. Graças a Deus, algumas lojas, hoje nos dão todo o suporte.”
A cadeirante Neiva Vefago também relatou a situação da acessibilidade na cidade: “Quando cheguei em Sombrio era precário. Ao passar dos anos melhorou, mas ainda não está 100%, nas lojas e no centro da cidade é péssima, temos que comprar e isso dificulta. Nos prédios públicos, faltam elevadores, quando tem, não tem cadeiras para a nossa locomoção. No Ministério Público tem elevador, porém não existe cadeiras para a nossa locomoção. É muito ruim nos bairros também
Em entrevista, Cacai Amorim, vereador de Sombrio nos contou sobre o motivo do projeto de acessibilidade que propôs à Câmara de Vereadores: “Em relação a acessibilidade, decidimos tomar uma iniciativa, com base na lei 1098 de 19 de dezembro de 2000, a qual promove a acessibilidade a pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Vindo ao encontro do cumprimento dessa lei, entendemos que é fundamental o cumprimento dessa lei nos poderes Executivos e Legislativos, um exemplo é o legislativo que já tem toda a estrutura para receber o elevador, e na Prefeitura de Sombrio falta fazer esse investimento na acessibilidade. Eu, juntamente com a Vereadora Marli fizemos um requerimento e apresentamos a Câmara de Vereadores, para que essa lei seja cumprida no município de Sombrio, começando pelo Poder Executivo e legislativo, visando beneficiar todas as pessoas que precisam de uma mobilidade justa e ágil, para que todos possam praticar seus direitos de ir e vir”.
Marli da Silva, vereadora também comentou sobre seu projeto: “Recebi um memorando do presidente da Câmara, esclarecendo que devido à crise e a pandemia que estamos passando, que é impossível colocar o elevador ainda esse ano. Mas existem tantas coisas que são impossíveis e que podem se tornar possíveis. Não abrirei mão do meu projeto, esse projeto faz com que as pessoas tenham acessibilidade, eles fizeram um projeto para que a sobra vá para o lar do idoso e Apae, eu sugiro que primeiro devemos cuidar da nossa casa. Não que essas instituições não necessitem, lá que eles precisam, nunca disse que esses repasses não são importantes, mas priorizo a nossa casa. Quando a Câmara de Vereadores voltou às atividades, eu retornei, porém não consegui nenhum dia subir as escadas. Se chegar em novembro e não for feito nada, irei repor meu projeto junto com o vereador Cacai Amorim, para que seja implantado elevador na Câmara de Vereadores, Prefeitura e os demais poderes. Jucimar Custódio, com os demais vereadores já deixaram pronto, só falta terminar a obra com as sobras de verbas que estão vindo”, conclui.