Estudo sobre a relação entre os leões-marinhos e perdas na produção pesqueira aparece na última edição da Revista
O trabalho de investigação científica para verificar possíveis perdas para o setor de pesca devido a presença de leões-marinhos nas redes no litoral do Extremo Sul catarinense e Norte gaúcho, desenvolvido pelo biólogo e professor do curso de Ciências Biológicas da Unesc, Rodrigo Machado, com a parceria de outros profissionais e entidades, foi reconhecido pela Revista Pesquisa Fapesp. Editada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a revista é a única publicação jornalística do Brasil com foco na produção científica nacional.
Para o pesquisador, o reconhecimento da Revista da Fapesp é importante para o trabalho, especialmente pela maneira como ela trata a ciência, de forma a facilitar o entendimento das pesquisas para o público. “A revista trouxe vários olhares: da gestora da Ilha dos Lobos (em Torres, município que foi o centro da pesquisa), do pescador, de pesquisadores que participaram do estudo. É de extrema importância esse diálogo com a sociedade”, comenta.
A pesquisa
Por meio de entrevista com os pescadores, eles atribuíram uma perda econômica aos leões-marinhos: 88% dos entrevistados acreditavam que cada leão-marinho consumia cerca de 100 quilos de peixes por interação. Além disso, os animais ainda seriam responsáveis por prejuízos ao causar buracos nas redes. No entanto Machado realizou uma pesquisa acompanhando os pescadores nas embarcações que saiam para o mar – barcos com tamanhos entre 10 e 14 metros, enquadradas na categoria médio porte. E estimou que a cada 100 quilos de peixe, os leões-marinhos comeriam 3 quilos, perfazendo assim um prejuízo de 3%.
A pesquisa foi realizada por Machado, com apoio de profissionais e organizações como o Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (Gemars), do qual o biólogo também faz parte. Entre março de 2011 e março de 2012, Machado realizou 104 embarques, totalizando 100 dias no mar. No período, nas localidades de Passo de Torres e Torres, o pesquisador realizou 58 embarques e acompanhou 161 redes puxadas do mar, verificando que em 68 vezes os leões-marinhos acompanharam os barcos e atacaram as redes, estando o animal sozinho na maioria das vezes, ou em grupo de até oito leões.
Fonte: Agência de Comunicação da Unesc