Instituição atuará na prestação de suporte técnico com equipe qualificada
Com o intuito de contribuir com os comitês das bacias hidrográficas do Sul de Santa Catarina, a Unesc, que completa 55 anos em 2023, foi oficialmente apresentada como Entidade Executiva dos órgãos.
A comunidade conheceu o Projeto de Fortalecimento dos Comitês de Bacia Hidrográfica do Sul Catarinense (ProFor Águas), em evento realizado na tarde desta quinta-feira (30/03), no Auditório Ruy Hülse.
Com uma equipe qualificada, a Universidade dará o suporte técnico necessário aos Comitês de Gerenciamento das Bacias Hidrográficas do Rio Tubarão, Complexo Lagunar e Bacias Contíguas; Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba; e Rio Urussanga, que abrangem 47 municípios.
“Para a Unesc, retomar este protagonismo de assessoramento aos comitês que cuidam de quatro grandes bacias hidrográficas da nossa região é uma conquista fantástica, afinal uma das bandeiras da Universidade é trabalhar o meio ambiente, a matriz energética e os recursos hídricos”, salienta a reitora, Luciane Bisognin Ceretta.
“Um projeto para a vida”
Segundo a reitora, o projeto contribui também com a vida acadêmica, pois a Universidade possui um Mestrado e um Doutorado em Ciências Ambientais, que trabalham com os recursos hídricos.
O compromisso assumido com as bacias se dá após a Instituição ter o seu projeto aprovado por meio do Edital de Chamada Pública nº 32/2022, da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), dentro do Programa de Fortalecimento dos Comitês de Bacias Hidrográficas.
“Nós estávamos há muito tempo planejando como faríamos para intervir na questão da preservação da nossa água por meio do Projeto Bacias e agora surge a oportunidade. Estamos com uma equipe muito bem elaborada e coordenada, com projetos e objetivos bem desenhados, com apoio da Fapesc, por meio de recursos para financiar o projeto, além de toda a expertise das nossas equipes e a boa vontade do poder público, seja Legislativo ou Executivo, de todas as cidades que compõem as quatro grandes bacias”, enfatiza a reitora.
“Esse é um projeto que vai além de dois anos. É um projeto para a vida. Precisamos olhar para os nossos rios e não dar as costas para os recursos hídricos”, acrescenta.
A iniciativa foi do professor, Carlyle Torres Bezerra de Menezes, pesquisa e coordenador do projeto. “Ele vai ao encontro à missão da Universidade na busca do desenvolvimento da qualidade do ambiente de vida, na perspectiva da sustentabilidade e contempla várias ações e metas previstas no edital da Fapesc, com o fortalecimento dos comitês, a partir de processo de capacitação, desenvolvimento e aperfeiçoamento, instrumentos de gestão que esses órgãos desenvolvem, e de estabelecer no seu dia a dia em função do atendimento da Política Nacional dos Recursos Hídricos”, diz.
Além de Carlyle, a equipe é formada por diversos profissionais com experiência na área. “A água é um elemento importante quando se pensa no desenvolvimento da qualidade de vida, mas precisamos pensar nela não somente com relação ao uso, mas naquilo que a Universidade já trabalha: a água como um elemento de vida e na relação que a sociedade pode ter com os rios”, pontua.
A diretora de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapesc, Valeska Daniela Tratsk, destaca que é por meio das Universidades Comunitárias que a realização de pesquisas como esta é possível.
“Há todo um planejamento em conjunto com as Universidades Comunitárias para que possamos cada vez mais ter recursos para aportar nas regiões de Santa Catarina. Seguiremos trazendo o melhor que a Fapesc possui, que é o fomento para a pesquisa”, fala.
Orientação
O trabalho desempenhado pela Unesc neste processo será orientado pela Carta Brasileira de Cidades Inteligentes e Sustentáveis, que constitui uma referência para utilização de pessoas e instituições engajadas com a melhoria na qualidade de vida dos municípios.
No documento consta o conceito de cidades inteligentes para o Brasil e uma agenda para a transformação digital das cidades brasileiras na perspectiva do desenvolvimento urbano sustentável.
O lançamento do ProFor Águas ainda contou com a palestra “Realidades incompletas na gestão de recursos hídricos”, ministrada pelo do reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos André Bulhões.
O que dizem os representantes dos comitês:
“É com grande expectativa que nós do Comitê do Rio Tubarão vivemos este dia, que já é especial. É com dificuldades que os comitês administram a situação neste momento. Vimos esse ato com uma grande perspectiva diante do conhecimento e expertise que a Unesc têm em todos os ramos da ciência. É um grande alento para a nossa região de Tubarão, que vive problemas de diversas ordens; um passo inicial. Torcemos para que daqui a dois anos tenhamos grandes resultados. Sabemos que teremos uma orientação produtiva, é nisso que aguardamos e cremos” – Vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão, Complexo Lagunar e Bacias Contíguas, Rafael Marques.
“Estamos muito confiantes com a parceria, porque sabemos que a Unesc é uma Universidade que possui excelentes professores. Sou egressa e conheço grande parte dos profissionais que fazem parte do projeto e que, com certeza, farão o comitê alçar novos voos. Sabemos que darão um carinho especial aos três comitês, nos ajudando a ter um ótimo 2023 e 2024” – Presidente do Comitê do Rio Urussanga, Lara Possamai Weller.
“O Comitê de Araranguá vinha de um período de dificuldades, devido à falta de apoio de uma Entidade Executiva. Agora, com a Unesc nesse papel, será um novo ânimo e os comitês sairão da estagnação. Vimos com bons olhos a presença da Unesc e entendemos que haverá muitos benefícios para a bacia. Iremos tirar ideias que tínhamos em mente, colocaremos no papel e promoveremos novas ações na gestão dos recursos hidrigos” – Presidente do Comitê da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba, Lourenço Zanette.
O que dizem outras autoridades sobre o ProFor Águas:
“Precisamos primeiro parabenizar a Unesc pela iniciativa de ser protagonista neste momento. Quando pensamos nos recursos hídricos, analisamos a preservação, a garantia deles e a sua gestão na região Sul como um todo. O desenvolvimento da região passa por pilares importantes e um deles é a infraestrutura que tem tudo a ver com a água de qualidade, em abundância, na preservação das possíveis estiagens, para ter condições de não parar o desenvolvimento econômico quando surgirem dificuldades, mas ao mesmo tempo ter a garantia que os recursos hídricos estão sempre disponíveis” – Diretor de Desenvolvimento Econômico de Criciúma, Aldinei Potelecki
“Para pensar em desenvolvimento, precisamos antes pensar em estudo dos recursos que temos disponíveis. Então, analisando o contexto hídrico da nossa região, é preciso refletir no futuro do segmento náutico, logístico e no desenvolvimento da estrutura de bacias hidrográficas. Quando pensamos em futuro turístico, não temos como desconsiderar os eventos da natureza. Nós do Vale do Araranguá temos focado na estruturação do turismo da região, no desenvolvimento náutico, na fixação da barra e todo o projeto logístico” – Presidente da Associação Empresarial de Araranguá, Édio Kunhasky Junior.