A secretaria estadual de Educação anunciou um plano de retomada das aulas presenciais com regras sanitárias. O Plano Estadual de Contingência para a Educação de Santa Catarina (PlanCon), vai regular o retorno às aulas, e foi apresentado na manhã desta quarta-feira (9), em uma reunião online com os Secretários de Educação, Saúde, diretor da Defesa Civil, servidores estaduais e representantes de diversos órgãos, como Ministério Público, Fecam e Assembleia Legislativa. O Estado entende que os adolescentes, conseguem mais facilmente respeitar os protocolos. O rumo descendente da pandemia em Santa Catarina é o fator confiante para a confirmação do retorno das aulas no próximo mês.
Após a apresentação do PlanCon, o secretário de Educação, Natalino Uggioni, concedeu uma entrevista e explicou que a primeira semana de volta às aulas será para receber professores e demais colaboradores. Na semana seguinte, os alunos do 3º ano do ensino médio, que estão com dificuldades para absorver o ensino online, retornam ao ensino presencial nas escolas.
Para a deputada Luciane Carminatti, do PlanCon e preside também a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, é muito diferente abrir escolas e abrir bares, restaurantes e shoppings centers. “Vejo com muita preocupação se pensar no retorno às escolas tão logo e, mais, ainda este ano. Vamos correr o risco para quê, se estamos prestes a terminar o ano? É razoável que coloquemos em risco cerca de 1,7 milhão de estudantes e profissionais da educação?” questionou Carminatti.
O ensino presencial em Santa Catarina já está suspenso há seis meses, em função da pandemia de coronavírus e ainda divide opiniões.
As aulas contarão com menos alunos na escola, porém quando houver a volta da educação infantil uma das principais características será a redução da interação entre as crianças, visando que os menores têm de a não seguir rigorosamente as normas decretadas pelo estado. O documento servirá como referência aos municípios para a elaboração de regras municipais sobre o retorno às salas de aula, previsto, de maneira gradual, para parti-la de 13 de outubro.
Além de representar riscos para os profissionais da educação, alguns pais demonstram receio em levar os filhos às aulas presenciais, mesmo tendo que lidar com as dificuldades impostas pelo modelo de educação à distância, utilizado atualmente.
Uma enquete postada na página do Jornal Amorim no Facebook dividiu opiniões.
Uma das mães internautas ela está a favor do retorno às aulas em Santa Catarina, “Eu aprovo sim, as pessoas estão fazendo viagens com os filhos, recebem visita com frequência, levam os filhos para mercado e parques, deixam os filhos brincarem com outras crianças na rua, porque não deixar ir à escola”, ressaltou. “As aulas devem voltar sim, temos que aos poucos perder o medo e seguir em frente, termos fé em Deus. Se as aulas voltarem, minha filha vai para colégio sim” definiu uma das mães que participou da enquete.
Algumas mães também tem receio pela saúde de seus filhos e questionam:
“Como se em três meses os alunos aprenderiam tudo, como vai ser as crianças pequenas não vão poder ter recreio, não vão poder fazer educação física e na saída que é tem aglomerações nos portões, como vai funcionar” disse uma mãe preocupada com aglomerações.
“Sou totalmente contra. Mas a opinião dos pais, alunos, professores e funcionários não conta né, o que conta são os interesses dos empresários. A sorte das crianças e suas famílias é que grande parte dos prefeitos têm juízo. Com bandeira laranja é perigoso imagina mandar crianças para as creches com o Litoral norte em bandeira vermelha? Governo defendia tanto a saúde, e agora ignora totalmente a pandemia. É lastimável, ” destaca a mãe que é contra a volta às aulas.
Em entrevista a nossa equipe, José Antônio Tiscoski, diretor da Escola de Ensino Médio Macário Borba, a Escola Jovem, de Sombrio, esclarece que será feito um levantamento. “Vamos verificar junto aos pais quais são os que vão mandar os filhos, para termos uma ideia de quantos virão. Depois, teremos uma reunião com o município, para verificar a questão do transporte. Tem, ainda, a alimentação escolar, ou seja, teremos que fazer muitos ajustes até lá”, detalha.