Santa Catarina registrou um incremento de 11,4 mil vagas de trabalho formal em setembro. O crescimento do emprego foi puxado principalmente pelo setor de serviços, que criou cerca de 7,6 mil postos, seguido pelo comércio, com 2,3 mil novos empregos, e pela agropecuária, com 639 postos.
A indústria, por sua vez, foi responsável por 809 novas vagas, e o presidente da FIESC (Federação das Indústrias de SC), Gilberto Seleme, apontou as razões para o desempenho. “O desempenho do emprego industrial reflete os efeitos da desaceleração econômica, motivada pela elevada taxa de juros, e também o impacto do tarifaço dos Estados Unidos”, explicou Seleme.
Prejuízo nos setores de madeira e móveis
Os dados do Caged, compilados pelo Observatório FIESC, mostram que o impacto negativo do tarifaço dos Estados Unidos foi sentido, especialmente, nos setores de madeira e móveis, que perderam quase mil postos de trabalho em setembro. O segmento de madeira teve saldo negativo de 734 vagas, e o de móveis, de 248 postos.
A economista no Observatório FIESC, Camila Morais, reforçou o cenário. “O saldo negativo nesse segmento é reflexo também da desaceleração da produção industrial decorrente de uma política de crédito restritiva, com altas taxas de juros, que acaba inibindo ou postergando investimentos”, explicou.
Na contramão da queda, os setores de alimentos e bebidas trouxeram os melhores resultados na indústria, com a geração de 705 vagas, seguidos pelo têxtil, confecções, couro e calçados, com 624 empregos.
Acumulado do ano
No acumulado de janeiro a setembro, Santa Catarina gerou 95 mil vagas. O setor de serviços lidera, com 43,8 mil postos, seguido pela indústria, com 42,5 mil. No entanto, o ritmo de criação de empregos desacelerou, com a indústria gerando 16 mil vagas a menos do que no mesmo período de 2024.












