A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou o primeiro dia do julgamento dos réus do Núcleo 4 da trama golpista. A sessão desta terça-feira (14) foi dedicada às sustentações orais das defesas e da Procuradoria-Geral da República (PGR), que reiterou o pedido de condenação dos sete acusados. O julgamento será retomado na próxima terça-feira (21).
Segundo a Agência Brasil, os réus, majoritariamente militares, respondem por crimes que incluem organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Sustentações orais e retomada do julgamento
Durante as sustentações, as defesas dos réus pediram a absolvição dos acusados e negaram que eles tiveram participação em ações de desinformação para propagar notícias falsas sobre o processo eleitoral e em ataques virtuais a instituições e autoridades, em 2022.
- Giancarlo Gomes Rodrigues: A advogada Juliana Malafaia alegou que a acusação não comprovou a ligação de seu cliente com os demais réus e que ele “não tinha ciência do plano golpista.” Ela afirmou que “todos os corréus não conhecem Giancarlo… As duas únicas testemunhas de acusação não o conhecem. Os outros corréus dos outros núcleos não conhecem Giancarlo. Giancarlo não conhecia Jair Bolsonaro”.
- Guilherme Marques de Almeida: O advogado Leonardo Avelar defendeu a inocência, argumentando que a denúncia estaria “desprovida de lastro fático” e que a única conduta comprovada foi o compartilhamento de um link em conversa privada.
- Marcelo Araújo Bormevet: O advogado Hassan Souki afirmou que a PGR teria cometido “grave erro” ao imputar ao réu acusações que teriam ocorrido antes do período de atuação da organização criminosa.
- Reginaldo Vieira de Abreu: O advogado Diego Ricardo Marques alegou que seu cliente “não participou de reuniões e não tinha ciência do conteúdo de documentos golpistas,” como o plano Punhal Verde e Amarelo.
O Núcleo 1, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, é o único grupo já condenado. Além do Núcleo 4, os núcleos 2 e 3 serão julgados ainda neste ano.