O câncer de mama é um dos desafios no cenário atual de envelhecimento populacional e enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis. As incidências para 2019 no país, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), são de 59.700 casos novos até o final do ano. A mastologista Beatriz Serafim Althoff Rocha lembra que o câncer de mama é uma doença silenciosa, que raramente tem sintomas no início, e explica a importância da mamografia. “A dor muito raramente é associada à doença, por isso a paciente não deve esperar para fazer o exame quando tiver algum sintoma mamário. Ela também não deve deixar de fazer por não haver casos de doença na família, já que a grande maioria não tem componente genético. O exame periódico reduz em 30% a mortalidade”. Segundo a especialista, o auto-exame é uma forma das mulheres conhecerem o seu corpo, porém, o mais importante é a mamografia, já que detecta lesões não palpáveis. “Quando a pessoa chega a sentir o nódulo no auto-exame, significa que ele já possui mais de dois centímetros”, alerta.
Relativamente raro antes dos 40 anos, após ultrapassar essa faixa etária, a incidência da doença cresce de forma rápida e progressiva, aponta a radiologista da Cliniimagem, Rafaella Guglielmi Spillere Búrigo. A sociedade Brasileira de Mastologia e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem recomendam que a mamografia seja realizada anualmente a partir dos 40 anos. “Em pacientes com mamas densas, os nódulos podem ficar ocultos, não sendo detectados pela mamografia, por isso a importância da associação com a ultrassonografia nestas pacientes. Além desses exames, a ressonância magnética também é um método que pode ser usado como complemento para rastreamento para as mulheres com alto risco”, frisa.
Flores e conscientização para marcar a data
Na manhã desta terça-feira com o inicio do movimento mundial Outubro Rosa, funcionárias da Cliniimagem estarão na Praça Nereu Ramos, em Criciúma, distribuindo rosas e entregando material informativo. “É uma forma delicada de mostrar o quanto as mulheres são importantes. Atualmente elas estão à frente do mercado de trabalho, em casa e na sociedade, realizando tudo com enorme dedicação, e muitas vezes negligenciando a saúde”, destaca a diretora administrativa da Cliniimagem, Mônica Medeiros. Além da ação no coração da cidade, camisetas e sombrinhas da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Criciúma, estarão sendo vendidas nas oito unidades da empresa. Toda a renda será revertida à entidade.
O susto e o aprendizado
Dora Lucia de Souza, de 63 anos, descobriu um câncer de mama aos 58 anos. “A notícia veio no dia do meu aniversário, 15 de setembro. Liguei para o meu marido desesperada. Perdi o chão, foi um choque. Fiz mastectomia e quimioterapia, perdi os cabelos e não me olhava no espelho. Minha família foi muito importante neste momento difícil. Aprendi que devemos se colocar em primeiro lugar”. Marlene de Oliveira Plácido, de 55 anos, está há dois anos sem fazer o exame, mas afirma que ainda este mês realizará. “O Outubro Rosa chega para soar o alerta e lembrar dos exames. Minha mãe morreu com câncer no útero, por falta de prevenção. Viver é a melhor coisa!”
Voluntárias da RFCC intensificam ações
Na Rede Feminina de Combate ao Câncer de Criciúma, as ações de conscientização são ainda mais intensas neste mês. “Realizamos trabalho de prevenção o ano todo, mas nesta época intensificamos. Teremos palestras, pedágio, carreata, entre outras atividades”, destaca a presidente Rosa Maria Bernardini de Santos. “Voluntários são bem vindos”, salienta a vice-presidente, Arlete do Nascimento.
Tudo começou na década de 90 nos EUA
Realizado em vários países, o movimento Outubro Rosa remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama. A campanha teve início na década de 90 nos Estados Unidos, e se intensificou no Brasil a partir de 2008 por iniciativa da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).