A recomendação dos órgãos de saúde é que a terceira dose da vacina seja feita quatro meses após a segunda dose
Aos 81 anos, a aposentada Terezinha Aurora Pereira já tomou três doses da vacina contra a Covid-19 e afirma que, se tivesse mais uma dose, tomaria sem pensar duas vezes. “A vacinação livrou-me de uma doença grave, que eu não ia sobreviver. Com 80 anos, não ia passar dessa”, enfatiza a moradora de Florianópolis sobre a importância do imunizante.
Assim como ela, outras 872 mil pessoas já tomaram a terceira dose da vacina em Santa Catarina, conforme mostra levantamento divulgado pelo Núcleo de Estudos da Economia Catarinense da Universidade Federal de Santa Catarina (Necat/Ufsc). Na faixa etária entre 50 e 59 anos, 41,5% dos catarinenses também estão com a imunização completa. Para o Necat, mesmo com cobertura expressiva, a taxa deveria ser maior.
“Do público acima de 50 anos de idade, composto por 2.012.167 pessoas, aproximadamente 43% está com processo imunizatório em atraso, podendo se transformar em vetor potencial de transmissão, fato que contribui para impedir o controle efetivo da pandemia no estado”, explica o coordenador do Necat, Lauro Mattei. A recomendação dos órgãos de saúde é que a terceira dose da vacina seja feita quatro meses após a segunda dose.
Por meio de sua assessoria, a Secretaria de Estado da Saúde pontuou que a dose de reforço é uma medida fundamental para prevenção. Segundo o órgão, a vacinação feita conforme orientação dos órgãos competentes, evita que a doença evolua para uma forma grave, caso a pessoa seja infectada.
Um artigo publicado pelo Necat aponta que esse cenário refletiu no aumento dos números de mortes em janeiro e fevereiro. Nesses meses ocorreram 1.182 óbitos no estado por Covid-19, sendo que 90% das mortes foram de pessoas com mais de 50 anos. O Núcleo afirma que a vacinação é indispensável para controlar a pandemia no estado, especialmente neste momento em que o governo anuncia medidas de flexibilização, como a desobrigatoriedade do uso de máscaras.
Questionada sobre as medidas adotadas para estimular a imunização, a Secretaria afirmou que está “constantemente reforçando campanhas de comunicação e incentivo à busca da vacina, seja por meio das redes sociais ou outras plataformas”.
