O governador Carlos Moisés anunciou ontem (29), que as medidas de isolamento social em Santa Catarina por mais sete dias (até o dia 8 de abril), durante uma reunião com os prefeitos das maiores cidades do Estado e os presidentes das 21 Associações de Municípios. De acordo com o chefe do Executivo estadual, a retomada gradual de alguns serviços não essenciais depende da preparação do sistema de saúde para a crise do coronavírus. Essa organização está condicionada à chegada de recursos e EPIs por parte do governo federal, além de equipamentos para leitos de UTI que foram comprados pela Secretaria de Estado da Saúde.
“Todas essas questões nos levam a uma posição muito tranquila de que temos que aguardar um pouco mais para colocar em ação o nosso plano de retomada das atividades econômicas. Precisamos estruturar melhor a nossa rede para que não tenhamos o risco de uma sobrecarga do sistema enquanto os equipamentos ainda estão chegando”, afirmou.
O governador fez ainda uma fala forte em relação à prioridade na preservação da vida em Santa Catarina durante o combate à pandemia da Covid-19.
“Essa decisão está tomada, no sentido de colocar a vida em primeiro lugar em Santa Catarina. Haverá efeitos econômicos muito grandes? Sim, mas o Estado não pode se omitir em um momento como esse. É necessário um esforço extra de cada um para que possamos superar essas dificuldades. Precisamos da união de todos os entes públicos e contamos com o apoio dos prefeitos nesse momento”, disse o governador aos prefeitos.
Adiamento
Na quinta (26), ele anunciou a retomada gradual das atividades no estado, mas ontem reforçou que a volta de serviços não essenciais dependeria da preparação do sistema de saúde. Em uma reunião pela manhã com prefeitos, com a participação da Federação Catarinense de Municípios (Fecam) e 21 associações de municípios, ele informou que deveria prorrogar a quarentena a partir de quarta-feira (1º). Na terça-feira (31) terminaria o prazo do decreto que prorrogou mais por sete dias a quarentena para prevenir a propagação do coronavírus.
Cuidado com os profissionais de saúde
O secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, destacou a importância de se manter os profissionais da saúde protegidos durante a pandemia. De acordo com ele, em razão dos problemas logísticos enfrentados pelo Ministério da Saúde para o envio dos EPIs, faz-se necessária a prorrogação da quarentena.
“Não podemos correr o risco de uma abertura sem a garantia do fornecimento de proteção aos profissionais de saúde. Eles precisam estar muito bem equipados. Hoje o nosso estoque operacional ainda não tem capacidade de atender a todos os municípios. Precisamos garantir que todas as regiões de Santa Catarina. Essa é uma questão que nos preocupa”, afirmou Zeferino.
A reunião virtual deste domingo foi mediada pelo chefe da Casa Civil, Douglas Borba. Último a falar, o presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), prefeito Saulo Sperotto, de Caçador, elogiou a atitude do governador de reunir as lideranças dos municípios e ressaltou a necessidade do isolamento social. “Essa reunião é muito importante. Precisamos sincronizar nossas atitudes e atuar juntos, em busca de um alinhamento. É importante todos os esforços nesse sentido”, disse Sperotto.
Comunicação unificada
Carlos Moisés também fez um apelo para a unificação da comunicação dos entes públicos durante a crise da Covid-19, com a Secretaria Executiva de Comunicação (Secom) à frente do processo. De acordo com o governador, se as informações partirem de um único canal, facilita-se o entendimento das medidas por parte da população. Trata-se de uma estratégia de sucesso em períodos de crise.