O Ministério da Saúde iniciou nesta terça-feira (2) a distribuição nacional do primeiro lote da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O lote inicial, com 673 mil doses, será enviado a todas as unidades da federação para imunização gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a Agência Brasil, o grupo prioritário para a vacinação é o de gestantes a partir da 28ª semana de gravidez. A recomendação é a aplicação de dose única a cada nova gestação, sem restrição de idade para a mãe. O foco é a proteção dos bebês, que são mais vulneráveis a desenvolver as formas graves da bronquiolite, a principal infecção viral em recém-nascidos.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância da nova oferta. “A chegada dessa vacina é uma novidade e reforça o compromisso do SUS com a prevenção e com o cuidado integral das famílias brasileiras”, afirmou.
Eficácia e distribuição
O estudo Matisse (Maternal Immunization Study for Safety and Efficacy) confirmou que a vacinação materna tem uma eficácia de 81,8% na prevenção de doenças respiratórias graves causadas pelo VSR nos bebês durante os primeiros 90 dias após o nascimento.
O Ministério da Saúde adquiriu 1,8 milhão de doses do imunizante, incluindo as entregas de dezembro. A gestão dos estoques é de responsabilidade das secretarias de Saúde estaduais e municipais, que poderão iniciar imediatamente a vacinação nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Integração: As equipes de saúde são orientadas a verificar e atualizar a situação vacinal das gestantes, administrando a vacina contra o VSR simultaneamente com os imunizantes contra covid-19 e influenza.
Fabricação Nacional: A incorporação da vacina foi viabilizada por um acordo de transferência de tecnologia entre o Instituto Butantan e o laboratório produtor, garantindo que o Brasil possa fabricar o imunizante e ampliar a autonomia nacional em diagnósticos.
Sobre a bronquiolite
A bronquiolite é uma doença respiratória aguda, grave em crianças de até 2 anos. É caracterizada pela inflamação dos bronquíolos, que são finas ramificações que levam o oxigênio aos alvéolos dos pulmões. Os sintomas incluem tosse, febre, coriza, e chiado no peito e, em casos graves, cianose (arroxeamento dos lábios). O tratamento visa dar suporte às funções vitais, uma vez que não há medicamento que cure diretamente a infecção viral. O Brasil registrou 43,2 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados por VSR em 2025.












