Os miseráveis

Todos sabemos, ou deveríamos saber, da importância da Literatura em nossas vidas. Para algumas profissões ela é obrigatória, ou até, indispensável É o caso, por exemplo, de professores, advogados, magistrados, promotores de justiça, jornalistas e políticos. Os livros nos ensinam a pensar, a agir, a falar e a escrever bem. Nos tornam mais observadores, mais sensíveis e mais humanos. Mas, acima de tudo, nos ensinam a entender e a aceitar mais e melhor a vida.
Eu li centenas de livros na minha vida, o que muito me ajudou. Comecei lendo revistas em quadrinhos, passei pelos livros típicos da juventude, me enveredei pelos romances mais conhecidos e populares e, por fim, cheguei aos clássicos. A literatura assemelha-se muito à música, uma pessoa jamais gostará de ouvir músicas clássicas se não passar pelas populares.
Vim aqui hoje falar do melhor livro que li na minha vida, o qual empresta o seu nome à esta crônica: “Os Miseráveis”, do escritor francês Victor Hugo, nascido em Besançon em 26.02.1802 e falecido em Paris em 22.05.1885. Portanto, hoje celebra-se a data do seu falecimento. Ele foi romancista, poeta, dramaturgo, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos. Além deste, ele escreveu “O Corcunda de Notre-Dame” e muitas outras obras de fama mundial.
Existem muitos livros clássicos maravilhosos. Deixo de citá-los aqui por serem muitos e o meu espaço pouco. Nenhum deles, porém, mexeu tanto com a minha cabeça e me fez entender melhor a humanidade como “Os Miseráveis”. Se algum de vocês se aventurar a lê-lo asseguro-lhe que irá se emocionar, e até chorar, em algumas passagens. Se isto não acontecer, talvez fosse bom consultar um psiquiatra, pois bem podes estar sofrendo de algum tipo de psicopatia, por não se sensibilizar com a dor e o sofrimento alheio. O que é muito perigoso.
O livro nos ensina a ter mais empatia para com nossos semelhantes, ou seja, a capacidade psicológica para sentirmos o que sente outra pessoa, caso estivéssemos no lugar dela, vivenciando uma situação triste por ela vivida. Em outras palavras, a compreendermos melhor os sentimentos e emoções alheios. A obra vai no âmago dos nossos sensos de justiça, de piedade e de compaixão para com as pessoas que sofrem.
Longe de querer contar o enredo do livro, é impossível não se sensibilizar com a sublime generosidade e bondade do bispo Myriel; da sofrida biografia de Jean Valjean; sua acolhida de Fantine, uma ex-prostituta que deixa a filha Cosette com outra família, em virtude da sua extrema pobreza; do implacável inspetor de polícia Javert, por seu senso de justiça exacerbado; da narrativa dramática da Batalha de Waterloo (1815), com a derrota de Napoleão Bonaparte e o fim do governo dos “Cem Dias”. E tantos outros episódios fascinantes.