Santa Catarina intensifica ações para garantir transparência e justiça no acesso ao ensino superior.
O Programa Universidade Gratuita, criado para oferecer bolsas de estudo integrais a estudantes catarinenses em instituições privadas, está no centro de uma investigação da Polícia Civil de Santa Catarina. A suspeita é de que beneficiários estejam fraudando o sistema para obter vantagens indevidas, desviando recursos públicos que deveriam ser destinados a alunos em situação de vulnerabilidade social.
A Delegacia de Combate à Corrupção (Decor) já colheu depoimentos e analisa documentos referentes a dezenas de cadastros suspeitos. Entre as possíveis fraudes, estão declarações falsas de renda e manipulação de dados socioeconômicos para atender aos critérios do programa.
Diante das suspeitas, a secretária estadual de educação Luciane Ceretta (PSD), que também foi reitora da Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense), protocolou um pedido oficial à Secretaria de Estado da Educação para que todos os cadastros do programa sejam reavaliados. Ela argumenta que é fundamental garantir que as bolsas sejam destinadas exclusivamente a quem realmente precisa.
Até o momento, não há confirmação do número de bolsas eventualmente concedidas de forma indevida, mas o impacto pode comprometer a imagem de uma das políticas públicas mais relevantes do estado na área de educação.
As investigações e o pedido de reavaliação ocorrem em um momento em que o programa começa a ganhar escala, atendendo milhares de estudantes em todas as regiões de Santa Catarina. O desfecho do caso deve servir de exemplo para o aprimoramento dos mecanismos de controle e fiscalização na concessão de bolsas.