Está prevista a inauguração da horta comunitária fitoterápica de Balneário Gaivota para novembro. Organizada pelo Departamento de Cultura em parceria com a Secretaria de Saúde, no local será desenvolvido o projeto Cura no quintal, com o cultivo de ervas e plantas medicinais. Localizada na Terceira Avenida, aos fundos do novo Cras, a horta levará o nome de Geny da Silva Nicolau, a ‘Dona Geny Benzedeira’. O diretor do Departamento de Cultura, Jorge Cunha, visitou as duas filhas de Geny da Silva Nicolau, a ‘Dona Geny Benzedeira’ que moram em Balneário Gaivota para fazer o convite à família para a homenagem a uma das mais conhecidas manipuladoras de ervas da região. Alzira Nicolau da Silva e Maria da Lourdes da Silva ficaram felizes em ver a mãe sendo homenageada. Para elas, ver o nome da mãe em um projeto que combina com os serviços que ela realizava é uma homenagem que as emociona. O Departamento de Cultura e o Conselho de Cultura, tiveram a sensibilização do vereador, Ronaldo Coelho Ramos (Roni), que dará entrada na segunda, 23, com o projeto de denominação da Horta na Câmara de Vereadores.
Segundo as filhas, Dona Geny nasceu em Santa Vitória do Palmar, no litoral do Rio Grande do Sul, em 20 de setembro de 1917. Na época, estudar era bastante raro e logo cedo começou a trabalhar como ‘restadera’ de cebola (fazer réstias de cebola). Eram seis irmãos. Seu pai foi quem a levou a Porto Alegre em busca de saber o que havia de diferente na jovem. Foi aos 16 anos, que segundo a família ela descobriu um dom. A partir daí tiveram como dom de Deus a sabedoria com a qual as pessoas a buscavam para fazer milagres. Ajudava a curar dores de crianças e adultos, dentre outros cuidados e auxílios com as pessoas que a procuravam.
Casada aos 22 anos, há cerca de 60 anos veio com os 11 filhos para Santa Catarina. No litoral Sul, hoje Balneário Gaivota, a família adquiriu 13 hectares de terra para trabalhar com a agricultura. Foi a partir daí que além de benzedeira, passou a atuar como parteira. As filhas lembram que a mãe Geny tinha muita habilidade com as ervas. Fazia as chamadas garrafadas, que muitas pessoas buscavam junto as suas orações, chamadas de benzeduras. Por esta cultura popular com ervas, foi projetado homenageá-la, dando nome a horta comunitária fitoterápica onde será desenvolvido o projeto Cura no quintal.
Para o prefeito, Ronaldo Pereira da Silva: “É importante está manutenção de tradições, homenagens as pessoas que marcam a história, assim como valorizar a cultura popular, sendo que as ervas trazem muitos benefícios, desde a sua manipulação, como seu uso”.