O empresário já havia sido absolvido pela Justiça catarinense em primeira instância, em setembro de 2020
O TJSC ( Tribunal de Justiça de Santa Catarina) absolveu por unanimidade de três votos a zero, o empresario André de Camargo Aranha, 44 anos, acusado de estupro de vulnerável pela promotora de eventos Mariana Ferrer, de 25 anos. A audiência foi realizada na manhã desta quinta-feira (7), em Florianópolis. O empresário já havia sido absolvido pela Justiça catarinense em primeira instância, em setembro de 2020.
Relembre o caso
A promotora de eventos Mariana Ferrer afirma que, na noite de 15 de dezembro de 2018, foi estuprada durante uma festa em um clube de praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis. Na época, ela tinha 21 anos e era virgem. Em 2019, ela trouxe o caso a público pelas redes sociais.
A Polícia Civil apontou André Aranha como autor do crime. A perícia indicou que houve conjunção carnal na noite relatada. No relato dela para a polícia, ela disse que teve um lapso de memória e que acredita ter sido dopada. A boate forneceu dois vídeos à polícia, em que Mariana é vista com Aranha saindo da casa.
O exame toxicológico de Mariana não constatou o consumo de álcool ou drogas. Nas roupas dela, a perícia encontrou sêmen do empresário e sangue dela. Mas a defesa da jovem diz que não foi descartada a possibilidade de uso de outras substâncias como ketamina – medicação utilizada principalmente para induzir e manter a anestesia, induzindo um estado de transe.
O caso da jovem gerou a campanha #JustiçaPorMariFerrer. Em novembro do ano passado, mulheres de todo o Brasil participaram de protestos de rua em apoio à Mariana após um vídeo durante audiência mostrar Mariana sendo humilhada pelo advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, defensor do acusado.
Na ocasião, o advogado afirmou que “jamais teria uma filha” do “nível” de Mariana após mostrar cópias de fotos sensuais produzidas pela jovem quando era modelo profissional. Ele tentou relacionar as imagens ao argumento de que a relação foi consensual e ainda definiu as poses da jovem como “ginecológicas”, sem ser questionado sobre a ligação delas com o caso. O vídeo mostra ainda Mariana chorando enquanto reclama do interrogatório para o juiz.