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Crônica | A crônica dos meus sonhos| Luiz Llantada

A crônica dos meus sonhos

A exemplo do líder pacifista Martin Luther King Jr., que pregava o término da discriminação racial nos EE. UU., que dizia “I have a dream” (“Eu tenho um sonho”). Sonho de que as pessoas não fossem tratadas pela cor da sua pele. Saibas que eu também tenho um sonho: o de um dia escrever uma crônica que nos ajudasse, a mim, a ti e mais àqueles quatro ou cinco leitores que me honram, vez que outra, em voltar seus olhos às minhas crônicas.

Eu noto que todos nós sempre temos alguma tristeza, uma preocupação ou uma recordação de cunho emocional. Com muito esforço procuramos esquecer ou disfarçar nossas angústias. Lá vamos nós fazer alguma coisa que gostamos e que nos distraia. Por alguns momentos conseguimos ser felizes e até darmos gostosas risadas. Mas aí, passadas essas ocasiões agradáveis, algumas até de euforia, caímos de novo na realidade dura da vida, e aquela saudade, aquela lembrança ou outro sentimento triste qualquer nos assalta na primeira esquina da vida. De novo ficamos calados, meditando e procurando esquecer aquele momento.

Alguns irmãos nossos muitas vezes não conseguem administrar e se livrar desta nossa fragilidade, demasiadamente humana, e se deixam dominar no mais profundo estado de tristeza, apatia e, por fim, depressão. Afundam-se de tal maneira que não conseguem mais sair do poço, nem mesmo com a ajuda de psicólogos, psiquiatras ou dos famigerados medicamentos de tarja preta.

As religiões, de um modo geral, procuram desesperadamente ajudar seus fiéis, tentando explicar o inexplicável. Alguns, por uma questão de comodidade, fingem acreditar, outros acham que acreditam, mas não vão atrás de questionamentos maiores. E não vão por medo ou respeito de nem sabem bem do quê, ou de quem, ou então porque acham que não encontrarão respostas. Quanto a mim, tu já sabes a minha opinião; tenho esperanças, mas não certezas. Enquanto isso vou lendo meus livros, bebendo meus vinhos, ouvindo minhas músicas e fazendo longas caminhadas, que são as minhas rotas de fuga.

A escola filosófica grega, Estoica, fundada por Zenão, propunha que o homem deve viver de acordo com a lei racional da natureza e aconselhava a indiferença (apathea) em relação a tudo que é externo ao seu ser. O homem sábio deveria obedecer a lei natural, reconhecendo-se apenas como uma pequena peça da engrenagem que move a infinita ordem do Universo, devendo assim manter serenidade tanto perante as coisas ruins, como as coisas boas. Mas quem tem nervos de aço para ser estoico? Por isso tudo é que eu gostaria de ter escrito hoje, sexta-feira, para ti leitor, leitora, um texto leve e limpo, repleto de ternura, que te devolvesse as mais puras alegrias da tua infância. Mas tudo o que consegui escrever é o que tens agora em tuas mãos. Perdoa-me.

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