O governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, ampliou as sanções da Lei Magnitsky para incluir a advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e o Instituto Lex, que tem ligação com a família do magistrado. A medida, publicada pelo Departamento do Tesouro americano, atinge diretamente a família do ministro e foi interpretada como uma escalada nas tensões já existentes.
A Lei Magnitsky é uma ferramenta da legislação americana que permite a punição unilateral de pessoas e entidades de outros países acusadas de violações de direitos humanos. As sanções incluem o bloqueio de bens, contas bancárias e a proibição de entrada nos Estados Unidos. O próprio ministro Alexandre de Moraes já havia sido alvo da lei desde o dia 30 de julho.
Segundo a Agência Brasil, a decisão americana acontece 11 dias após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe. O ministro Alexandre de Moraes foi o relator do processo que levou à condenação. Donald Trump, que é aliado político de Bolsonaro, tem usado a lei como uma forma de retaliação contra o ministro do STF.
A situação é agravada pela influência de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que, segundo investigações da Polícia Federal, atuou junto ao governo Trump para aplicar sanções econômicas e promover retaliações contra o governo brasileiro e ministros do Supremo. Eduardo Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal, junto com seu pai, pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.